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Estados Unidos

Europa: Obama deve explicar a política em relação a Rússia

1 jun 2014 - 11h37
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, visita Varsóvia, Bruxelas, Paris e a Normandia nesta semana, onde deve explicar o compromisso para conter os movimentos russos contra a Ucrânia e tranquilizar os aliados de que o apoio necessário será dado.

Na Polônia, vizinho ocidental da Ucrânia, Obama se reúne com líderes do Leste Europeu --incluindo o presidente eleito da Ucrânia, Petro Poroshenko, na quarta-feira. A expectativa é que o presidente norte-americano rebata críticas que não foi feito o suficiente para diminuir a escalada da violência depois que a Rússia anexou a Criméia em março.

Na semana passada, Obama discursou na Academia Militar dos EUA e argumentou que a liderança norte-americana no mundo deve ser exercida, principalmente, pela diplomacia, pela ação multilateral e pela pressão econômica, como ocorreu na Ucrânia, e não através de poderio militar.

"Nossa capacidade de moldar a opinião pública mundial ajudou a isolar a Rússia imediatamente. Devido à liderança norte-americana o mundo imediatamente condenou as ações da Rússia", disse Obama.

Mas quando Obama se reunir em Varsóvia com líderes de 10 nações da Europa Central e Oriental, analistas dizem que ele vai ser instado a articular um plano claro para ajudar a evitar mais instabilidade na região.

"Há uma preocupação de que nós vamos desaparecer, quando a próxima crise nos atinge", disse Heather Conley, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington.

Obama tem enfrentado apelos de estadistas do Leste da Europa a ser mais forte, incluindo Lech Walesa, que liderou o movimento sindical Solidariedade da Polônia, que desempenhou papel fundamental na derrubada do comunismo na década de 1980.

Walesa, ex-presidente polonês, disse em entrevista à rede de televisão TVN24 da Polônia na semana passada que ele estava decepcionado com o que considerou insuficientemente abordagem robusta de Obama em relação à crise na Ucrânia.

"A superpotência fez o trabalho suficiente. E, portanto, o mundo está em um ponto perigoso. Talvez seja por isso que muitas coisas ruins estão acontecendo no mundo, porque não há liderança", disse Walesa.

Simbolismo

Os EUA apoiaram ativistas pró-democracia durante a lei marcial que foi imposta na Polônia em 1981 e apoiaram a luta pelas primeiras eleições livres há 25 anos, lembrou Ryszard Schnepf, que era parte do movimento Solidariedade.

A visita de Obama é vista como uma celebração pela Polônia no aniversário dessas eleições chamado de "Dia da Liberdade", afirmou Schnepf, agora embaixador da Polônia para os Estados Unidos, em entrevista.

A Polônia agradece o apoio dos EUA na atual crise, mas os líderes querem mais, disse ele. "Estamos apoiando a ideia de um maior engajamento dos Estados Unidos na região", disse Schnepf.

Obama deve discursar sobre as relações com a Europa na quarta-feira na festa do "Dia da Liberdade". Mas não deve fazer grandes anúncios. "O que você tem com cada parada é um monte de simbolismo", disse James Goldgeier, da Escola de Serviço Internacional da American University.

G7, G8 não

Depois da Polônia , Obama vai a Bruxelas para se reunir com o G7. A cúpula das grandes potências econômicas havia sido originalmente planejada para Sochi, na Rússia, até que Moscou foi suspenso do grupo por conta da crise na Ucrânia.

"No momento, todos os parceiros estão de acordo que o objetivo é garantir a redução da violência e não há novas sanções previstas, neste momento", afirmou uma autoridade do gabinete do presidente francês, François Hollande, à Reuters. "A ideia é fazer tudo o que pudermos para restaurar o diálogo", disse o oficial.

Obama, então, se dirige para a França na sexta-feira para marcar o 70º aniversário do Dia D, quando as tropas aliadas invadiram as praias da Normandia que levou à derrota da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.

O presidente russo, Vladimir Putin, que irá participar das cerimônias, deve se reunir com Hollande em Paris na quinta-feira. Obama também está programado para jantar com Hollande, naquela noite, mas a Casa Branca disse que Obama e Putin não tinham reuniões formais agendadas.

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