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Mundo

Queda de Mubarak causa explosão de alegria na Tunísia

11 fev 2011 - 15h58
(atualizado às 17h13)
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Milhares de cidadãos saíram nesta sexta-feira às ruas exultantes em Túnis, capital da Tunísia, e centenas de motoristas buzinam sem cessar após a queda do presidente egípcio, Hosni Mubarak, no que representa a primeira celebração festiva dos tunisianos desde que puseram fim ao regime de Ben Ali, segundo constatou a Agência Efe.

A avenida Habib Burguiba, a principal via do país, ficou abarrotada de milhares de pessoas que dançam e expressam sua alegria pela queda do presidente egípcio, quase um mês depois da fuga do líder tunisiano no dia 14 de janeiro.

Quando a fuga de Ben Ali do país foi anunciada era noite e a capital se encontrava sob um estrito toque de recolher enquanto o povo aguardava notícias.

As semanas posteriores estiveram infestadas de protestos, distúrbios e conflitos com a Polícia, que impediram os tunisianos de celebrarem a vitória sobre a ditadura que assolou o país durante 23 anos.

Mas nesta sexta-feira, com a situação mais acalmada, milhares de tunisianos saíram às ruas para celebrar a renúncia de Mubarak, no qual muitos consideram que a revolta tunisiana teve também um papel fundamental junto ao povo egípcio.

Grupos de jovens dançam na porta do Teatro Municipal na avenida Burguiba e dezenas de caravanas de veículos, alguns com bandeiras egípcias, percorrem as vias da capital e fazem o sinal da vitória com a mão.

O jornalista opositor Suhair Maklouf expressou à Efe sua "imensa alegria porque o povo egípcio vai começar, como o tunisiano, a tomar as rédeas de seu destino".

Centenas de pessoas continuam nestes momentos dirigindo-se ao centro da capital, onde estão improvisando uma festa popular espontânea.

Egípcios saem às ruas, derrubam Mubarak e fazem história

Desde o último dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet, principalmente pelo uso da hashtag #Jan25 no Twitter -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, mas Mubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria "reformas democráticas" para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo.

A partir do dia 29, um sábado, a nova administração foi anunciada. A medida, mais uma vez, não surtiu efeito, e os protestos continuaram. O presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da polícia antimotins. Enquanto isso, a oposição seguiu se organizando. O líder opositor Mohamad ElBaradei garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Na terça, dia 1º de fevereiro, dezenas de milhares de pessoas se reuniram na praça Tahrir para exigir a renúncia de Mubarak. A grandeza dos protestos levou o líder egípcio a anunciar que não participaria das próximas eleições, para delírio da massa reunida no centro do Cairo.

O dia seguinte, 2 de fevereiro, no entanto, foi novamente de caos. Manifestantes pró e contra Mubarak travaram uma batalha campal na praça Tahrir com pedras, paus, facas e barras de ferro. Nos dias subsequentes os conflitos cessaram e, após um período de terror para os jornalistas, uma manifestação que reuniu milhares na praça Tahrir e impasses entre o governo e oposição, a Irmandade Muçulmana começou a dialogar com o governo.

Em meio aos protestos do dia 10 de fevereiro - o 17º seguido desde o início das manifestações -, Mubarak anunciou que faria um pronunciamento à nação. Centenas de milhares rumaram à Praça Tahrir, enquanto corriam boatos de que o presidente poderia anunciar a renúncia ao cargo. À noite e com atraso de mais de uma hora, a TV estatal egípcia transmitiu a frustração: Mubarak anunciava, sem clareza alguma, que 'passava alguns poderes' para seu vice, Omar Suleiman, mas que permanecia no cargo, para a ira de Tahrir.

Após o momento de incredulidade na quinta, os egípcios mantiveram a força dos protestos na sexta-feira. Insatisfeitos, milhares de manifestantes pernoitaram na Praça Tahrir, mantendo a pressão sobre o governo. No final da tarde, o vice-presidente Omar Suleiman, num pronunciamento de 30 segundos na TV estatal, anunciou que Hosni Mubarak renunciava ao poder, encerrava seu governo de quase 30 anos e abria espaço definitivamente para a transição no Egito.

EFE   
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