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Kadhaf al-Dam, assessor e primo de Kadafi, renuncia

25 fev 2011 - 07h22
(atualizado às 10h44)
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Kadhaf al-Dam, assessor e primo do ditador líbio Muammar Kadafi, renunciou na quinta-feira a todos os cargos, no momento em que o regime enfrenta uma rebelião popular e a deserção de vários altos funcionários, informou a agência de notícia egípcia Mena.

Egípcios que trabalhavam na Líbia fazem fila para receber alimento em um campo de refugiados improvisado pelo exército
Egípcios que trabalhavam na Líbia fazem fila para receber alimento em um campo de refugiados improvisado pelo exército
Foto: AP

"Kadhaf al-Dam anunciou a demissão de todas as funções no regime líbio para protestar contra a gestão da crise líbia", afirma um comunicado citado pela agência egípcia.

Segundo o gabinete de Kadhaf, o primo do ditador, que abandonou o país na semana passada, era responsável pelas relações Egito-Líbia, entre outras funções, e possui uma residência no Cairo.

Ao apresentar a demissão, Al-Dam pediu o "fim do banho de sangue e o retorno da razão para preservar a unidade e o futuro da Líbia", segundo a agência Mena.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta do que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que Força Aérea líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.

Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renuncioue pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbiostambém pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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