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Mundo

Egito explodirá e Exército deve salvar o país, diz ElBaradei

10 fev 2011 - 20h59
(atualizado às 21h35)
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Mohamad ElBaradei, considerado um dos principais líderes oposicionistas do Egito, também repercutiu com pessimismo o tão aguardado pronuciamento do presidente Mubarak, na noite desta quinta-feira. "O Egito irá explodir", escreveu ElBaradei na rede social Twitter, acrescentando que "o Exército deve salvar o pais agora".

Egípcios gritam na Praça Tahrir: expectativa não se cumpriu, e Mubarak afirma que fica na presidência
Egípcios gritam na Praça Tahrir: expectativa não se cumpriu, e Mubarak afirma que fica na presidência
Foto: Reuters

Centenas de milhares de egípcios se encontravam reunidos na região Praça Tahrir na noite de hoje para ouvir um discurso prometido por Mubarak. O rumor que circulava apontava para uma renúncia do líder, que todavia não ocorreu. Mubarak meramente anunciou, sem detalhes, a transferência de poderes para seu vice, Osmar Suleiman, e acrescentou que fica no cargo até o fim do mandato.

A multidão que planejava comemorar o fim das três décadas de domínio de Mubarak reagiu com visível decepção à transmissão do discurso do presidente, transmitido ao vivo pela TV estatal egípcia na Praça Tahrir. Milhares mantêm a presença no local, sem violência, mas não se sabe que tipo de efeito a relutância de Mubarak em deixar o poder terá protestos, inciados e mantidos sem pausa há 17 dias, em 25 de janeiro.

Protestos convulsionam o Egito

Desde o último dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet, principalmente pelo uso da hashtag #Jan25 no Twitter -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, mas Mubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria "reformas democráticas" para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo.

A partir do dia 29, um sábado, a nova administração foi anunciada. A medida, mais uma vez, não surtiu efeito, e os protestos continuaram. O presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da polícia antimotins. Enquanto isso, a oposição seguiu se organizando. O líder opositor Mohamad ElBaradei garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Na terça, dia 1º de fevereiro, dezenas de milhares de pessoas se reuniram na praça Tahrir para exigir a renúncia de Mubarak. A grandeza dos protestos levou o líder egípcio a anunciar que não participaria das próximas eleições, para delírio da massa reunida no centro do Cairo.

O dia seguinte, 2 de fevereiro, no entanto, foi novamente de caos. Manifestantes pró e contra Mubarak travaram uma batalha campal na praça Tahrir com pedras, paus, facas e barras de ferro. Nos dias subsequentes os conflitos cessaram e, após um período de terror para os jornalistas, uma manifestação que reuniu milhares na praça Tahrir e impasses entre o governo e oposição, a Irmandade Muçulmana começou a dialogar com o governo. Enquanto isso, começaram a aparecer sinais de que Mubarak deve permanecer no cargo durante o processo de transição.



Fonte: Terra
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