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Mundo

Conselho de Segurança da ONU se reúne para discutir sobre Líbia

22 fev 2011 - 14h29
(atualizado às 14h53)
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Sob o choque dos eventos dramáticos na Líbia, o Conselho de Segurança da ONU reuniu-se de urgência nesta terça-feira em Nova York.

info infográfico líbia infromações sobre o país
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Foto: AFP

A repressão praticada contra os manifestantes pelo regime líbio "é verdadeiramente chocante", declarou o embaixador da Alemanha, Peter Wittig, antes que os 15 membros do Conselho se reunissem a portas fechadas.

"Acredito que isso é da competência do Conselho de Segurança. O Conselho deve agir com uma resposta rápida e clara", disse. O embaixador afirmou ainda que a situação explosiva na Líbia tinha "implicações regionais e internacionais".

"Esperamos que alguma coisa saia do Conselho com a finalidade de proteger o povo líbio", informou, por sua vez, Ibrahim Dabbashi, embaixador adjunto da missão líbia da ONU, que desertou na segunda-feira.

Dabbashi enviou uma carta ao Conselho na noite de segunda-feira pedindo a reunião. Solicitou a proclamação de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia e o estabelecimento de um corredor humanitário para levar ajuda aos civis.

Mundo árabe em convulsão

A onda de protestos que desbancou em poucas semanas os longevos governos da Tunísia e do Egito segue se irradiando por diversos Estados do mundo árabe. Depois da queda do tunisiano Ben Alie do egípcio Hosni Mubarak, os protestos mantêm-se quase que diariamente e começam a delinear um momento histórico para a região. Há elementos comuns em todos os conflitos: em maior ou menor medida, a insatisfação com a situação político-econômica e o clamor por liberdade e democracia; no entanto, a onda contestatória vai, aos poucos, ganhando contornos próprios em cada país e ressaltando suas diferenças políticas, culturais e sociais.

No norte da África, a Argélia vive - desde o começo do ano - protestos contra o presidente Abdelaziz Bouteflika, que ocupa o cargo desde que venceu as eleições, pela primeira vez, em 1999; mais recentemente, a população do Marrocos também aderiu aos protestos, questionando o reinado de Mohammed VI. A onda também chegou à península arábica: na Jordânia, foi rápida a erupção de protestos contra o rei Abdullah, no posto desde 1999; já ao sul da península, massas têm saído às ruas para pedir mudanças no Iêmen, presidido por Ali Abdullah Saleh desde 1978, bem como em Omã, no qual o sultão Al Said reina desde 1970.

Além destes, os protestos vêm sendo particularmente intensos em dois países. Na Líbia, país fortemente controlado pelo revolucionário líder Muamar Kadafi, a população entra em sangrento confronto com as forças de segurança; em meio à onda de violência, um filho de Kadafifoi à TV estatal do país para tirar a legitimidade dos protestos, acusando um "complô" para dividir o país e suas riquezas. Na península arábica, o pequeno reino do Bahrein - estratégico aliado dos Estados Unidos - vem sendo contestado pela população, que quer mudanças no governo do rei Hamad Bin Isa Al Khalifa, no poder desde 1999.

Além destes países árabes, um foco latente de tensão é a república islâmica do Irã. O país persa (não árabe, embora falante desta língua) é o protagonista contemporâneo da tensão entre Islã/Ocidente e também tem registrado protestos populares que contestam a presidência de Mahmoud Ahmadinejad, no cargo desde 2005. Enquanto isso, a Tunísia e o Egito vivem os lento e trabalhoso processo pós-revolucionário, no qual novos governos vão sendo formados para tentar dar resposta aos anseios da população.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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