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Ásia

Fukushima tem iodo radioativo 1.250 vezes superior ao padrão

25 mar 2011 - 23h08
(atualizado às 23h42)
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Um índice de iodo radioativo 1.250 vezes superior ao padrão foi encontrado no mar próximo à central nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão, informou neste sábado a Agência de Segurança Nuclear. A descoberta pode retardar a retomada das operações de resfriamento dos reatores, explica a agência.

info infográfico situação crítica fukushima
info infográfico situação crítica fukushima
Foto: AFP

O índice de iodo 131 já estava 126 vezes acima do padrão na terça-feira passada no litoral próximo à central de Fukushima Daiichi. O governo japonês decretou então um reforço no controle sobre peixes e mariscos procedentes da costa atingida.

"Um alagado com água altamente contaminada foi encontrado sob o prédio da turbina do reator 1", disse um responsável da agência. "A razão exata (da presença da água radioativa) não está clara, mas pode ser que a água da bacia do reator tenha vazado por tubos ou válvulas com problemas entre o reator e o prédio da turbina".

Há também até um metro de água sob os prédios das turbinas dos reatores 2 e 4 objeto de análise por parte da agência. Três operários com botas de borracha foram contaminados na quinta-feira em um alagado muito radioativo em torno do reator 3, e dois estão hospitalizados com queimaduras nos pés.

Técnicos, bombeiros e militares trabalham dia e noite em Fukushima Daiichi para reduzir a temperatura nos reatores e restabelecer os sistemas de refrigeração na central visando evitar uma catástrofe nuclear de grandes proporções.

Fukushima Daiichi, situada 250 km a nordeste de Tóquio, foi varrida por um tsunami de 14 m que interrompeu o fornecimento de energia e provocou o colapso na refrigeração dos reatores, após a paralisação das bombas d'água, iniciando uma crise nuclear. O primeiro-ministro japonês admitiu na sexta-feira que a situação segue "imprevisível" em Fukushima.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11 de março de 2011, o Japão foi devastado por um terremoto de 9 graus, o maior da história do país. O tremor gerou um tsunami, arrasando inúmeras cidades e províncias da costa nordeste nipônica. Além dos danos imediatos, o país e o mundo convivem com o temor de um desastre nuclear nos reatores de Fukushima. Embora a situação vá se estabilizando, o desfecho e as consequências permanecem incertas.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram quase 9 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Os prejuízos materiais devem passar dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto e cortes de energia, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes, evacuar áreas de risco e, aos poucos, iniciar a reconstrução do país.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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