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África

Postura do Brics com relação à Líbia mostra preocupações comuns

23 mar 2011 - 02h56
(atualizado às 03h33)
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A abstenção de quatro membros do Brics na votação da ONU para a intervenção militar na Líbia mostra que seus membros "compartilham das mesmas preocupações" e que a "comunidade internacional está divida sobre este tema", segundo Qu Xing, presidente do Instituto Chinês de Estudos Internacionais.

O acadêmico assinalou em entrevista coletiva que embora os membros do Brics (Rússia, Brasil, China, Índia e África do Sul) atuem segundo seus próprios interesses, "tomam decisões similares, o que nos mostra que compartilham das mesmas preocupações quanto à paz internacional e às estratégias de desenvolvimento". "Acho que a razão de os países do Brics concordarem (em muitos assuntos) é seu similar estado de desenvolvimento econômico e de comércio exterior", acrescentou Qu.

O analista assinalou que para o Brics, cuja cúpula será realizada na ilha chinesa de Hainan em meados de abril, "ter uma agenda política não é uma preocupação-chave neste momento", embora não descarte que o seja no futuro.

A China, membro permanente do Conselho de Segurança, se absteve junto com Rússia, Índia, Brasil e outros países na votação por considerar a situação líbia um assunto interno do país, mas não votou contra a resolução por responder a uma solicitação da Liga Árabe, assinalou Qu. A África do Sul, novo membro do Brics, no entanto, sim votou a favor da resolução.

Líbia: de protestos contra Kadafi a guerra civil e intervenção internacional

Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Mais de um mês depois, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas.

A violência dos confrontos entre as forças de Kadafi e a resistência rebelde, durante os quais milhares morreram e multidões fugiram do país, gerou a reação da comunidade internacional. Após medidas mais simbólicas que efetivas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a instauração de uma zona de exclusão aérea no país. Menos de 48 horas depois, no dia 21 de março, começou a ofensiva da coalizão, com ataques de França, Reino Unido e Estados Unidos.

info infográfico líbia infromações sobre o país
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Foto: AFP
EFE   
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