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Opositores dizem que forças leais a Kadafi fogem de Trípoli

21 ago 2011 - 22h19
(atualizado às 23h19)
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Membros das forças leais ao líder líbio, Muammar Kadafi, estão fugindo de Trípoli, onde foi detida a primeira esposa deste, Fadhia, disse o ministro da Justiça do opositor Conselho Nacional de Transição, Mohammed al Alaqi.

"Trata-se do último capítulo do fim do regime", assinalou em conversa por telefone da Tunísia Alaqi, que considerou que a detenção de Kadafi "se não já não aconteceu, está muito próxima". Além disso, explicou que "entre as pessoas sob proteção dos rebeldes está Fadhia, mãe de Mohammed Kadafi", o filho mais velho do líder líbio, e que também foi detido pelas forças opositoras após se entregar quando estas rodearam sua casa.

"A operação foi planejada de A a Z e executada pelo Conselho Nacional de Transição. A Otan só bombardeou alguns alvos pontuais após um acordo com o Conselho", acrescentou. O dirigente opositor também informou que há "vários civis mortos", que faleceram principalmente por causa dos disparos e bombardeios aleatórios das forças de Kadafi. Além disso, assinalou que a transmissão ao vivo da televisão líbia foi interrompida, e que neste momento ela só emite programas já gravados.

Segundo o governo, o líder está preparado para negociar diretamente com os rebeldes que invadiram a capital, Trípoli, no sábado por um cessar-fogo. Segundo o Conselho de Transição, a pausa no conflito pode ocorrer, mas se Kadafi deixar o país. Emissoras de televisão e agências internacionais noticiam que dois filhos de Kadafi foram capturados e um terceiro se rendeu, assim como a guarda pessoal do coronel. Segundo números oficiais, mais de 1,6 mil pessoas morreram nos conflitos das últimas 24 horas.

Líbia: de protestos contra Kadafi a guerra civil e intervenção internacional

Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Mais de um mês depois, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas.

A violência dos confrontos entre as forças de Kadafi e a resistência rebelde, durante os quais milhares morreram e multidões fugiram do país, gerou a reação da comunidade internacional. Após medidas mais simbólicas que efetivas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a instauração de uma zona de exclusão aérea no país. Menos de 48 horas depois, no dia 21 de março, começou a ofensiva da coalizão, com ataques de França, Reino Unido e Estados Unidos.

Morto, o coronel Muammar Kadafi é levado por rebeldes a um hospital em Misrata
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Foto: EFE
EFE   
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