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Batalha de Trípoli é o capítulo final para Kadafi, diz Otan

23 ago 2011 - 09h15
(atualizado às 11h41)
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A batalha nas ruas de Trípoli que se acentuaram nesta terça-feira ao redor do quartel-general de Muammar Kadafi são o capítulo final para o líder líbio, afirmou a porta-voz da Otan, Oana Lungescu, em entrevista coletiva concedida na sede da entidade, em Bruxelas.

INFO infográfico cronologia muammar kadafi
INFO infográfico cronologia muammar kadafi
Foto: AFP

"Para o regime de Kadafi este é o capítulo final. Kadafi é história e quanto antes entender isso, melhor", afirmou a porta-voz da Otan, Oana Lungescu, embora tenha insistido que as ameaças e os ataques das forças leais ao ditador evidenciam que "não se pode baixar a guarda"

Lungescu afirmou que "remanescentes do regime de Kadafi ainda lutam uma batalha perdida". A Otan confirmou que empregou aeronaves para sobrevoar Trípoli nesta terça-feira, mas não confirmou que bombardeou o quartel-general de Kadafi. Contudo, a entidade diz que efetuará bombardeios se os militante pró-Kadafi seguirem lutando.

No entanto, ela disse que a missão da Otan na Líbia "não está encerrada" e a Aliança não pode "baixar a guarda", sobretudo por conta das ameaças que ainda existem contra a população civil. Lungescu citou como exemplo o lançamento de um míssil "Scud" realizado nesta segunda-feira dos arredores de Sirte, cidade natal de Kadafi, em direção a Misrata (controlada pelos rebeldes), que foi interceptado pela Aliança.

A porta-voz explicou que os embaixadores dos países-membros da Otan se reunirão nesta terça-feira para analisar a operação e estudar opções para futuro papel da Aliança Atlântica após a queda de Kadafi.

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O porta-voz militar da Otan, Roland Lavoie, afirmou em entrevista coletiva concedida por videoconferência de Nápoles que a situação na Líbia ainda é complexa e perigosa e que a entidade está investigando se foram realizados ataques a civis para efetuar novos ataques. "Nossa missão na Líbia ainda não terminou", disse. Ele também pediu aos militantes pró-Kadafi que abandonem o conflito e entreguem as armas.

A Otan afirmou nesta terça-feira que "não tem ideia" de onde se encontra o líder líbio Muammar Kadafi, enquanto garantiu que ele "não é um alvo" da Aliança.

"Se o senhor sabe, me diga. Nós não sabemos, não tenho nem ideia", declarou Roland Lavoie, porta-voz militar da Operação Protetor Unificado da Otan .

"A Otan não ataca pessoas. Kadafi não é um alvo da Otan e se ele abandonar o país e isso contribuir para que se encontre uma solução, ficaríamos felizes", acrescentou Lavoie.

No entanto, destacou que a organização bombardeia centros de comando e controle do regime líbio, de onde as tropas dirigem ataques contra a população civil. "Se Kadafi estiver em uma instalação que ordena e controla ataques, (este centro) é um alvo legítimo e o atacaremos", afirmou.

Líbia: de protestos contra Kadafi a guerra civil e intervenção internacional

Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Mais de um mês depois, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas.

A violência dos confrontos entre as forças de Kadafi e a resistência rebelde, durante os quais milhares morreram e multidões fugiram do país, gerou a reação da comunidade internacional. Após medidas mais simbólicas que efetivas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a instauração de uma zona de exclusão aérea no país. Menos de 48 horas depois, no dia 21 de março, começou a ofensiva da coalizão, com ataques de França, Reino Unido e Estados Unidos.

Fonte: Terra
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