Os jihadistas - extremistas islâmicos praticantes do terrorismo motivado por questões religiosas - do EI usam técnicas extremamente violentas para disseminar sua ideologia, entre elas decapitações, crucificações, apedrejamentos, genocídios e sepultamento de pessoas ainda vivas nas regiões que domina. Toda essa brutalidade é fruto de ideologias e modus operandi antigos.

A primeira vertente tinha em sua mira regimes árabes pró-Ocidente contra o qual usavam violência política moderada. Com o assassinato do presidente egípcio Anwar Sadat, em 1980, essa insurgência se desmantelou. Quem sobreviveu e seguiu para o Afeganistão para combater a então União Soviética deu início, sob a liderança de Osama Bin Laden, à segunda vertente da jihad – guerra santa em árabe – que tinha como inimigo principal os Estados Unidos. Na época, o grupo adotava um discurso defensivo e justificava os atos terroristas cometidos como uma forma de represália à dominação americana sobre as sociedades muçulmanas.

Há quem afirme que as origens do extremismo do Estado Islâmico remontam a morte do “cabeça” da Al-Qaeda no Iraque, Abu Musab al-Zarqawi, executado pelos EUA em 2006. Com a insurgência de Abu Bakr al-Baghdadi sob a liderança do EI, esse discurso caiu por terra, e o mundo passou a testemunhar as atrocidades de que o grupo é capaz.