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Flexibilizar remédio teria reduzido mortes, diz especialista

26 ago 2009 - 21h12
(atualizado às 22h48)
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No dia 13 de julho, o Ministério da Saúde registrava apenas duas mortes por gripe suína no Brasil e o titular da pasta, José Gomes Temporão, afirmava existir "controle absoluto" da entrada do vírus A (H1N1) no País. Hoje, 44 dias depois, o Brasil contabiliza 557 mortes, o maior número de óbitos registrado no mundo. Para o especialista em infectologia Mauro Salles, o número poderia ter sido menor caso o governo brasileiro tivesse adotado um protocolo diferente ao identificar os casos autóctones (sem vínculo com viagens ao exterior).

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"Acho que houve um problema na condução do processo a partir do momento que foram identificados os casos autóctones. A estrutura que foi montada para tratar os pacientes com a medicação (Oseltamivir) foi mal orientada", disse Salles, professor de Infectologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

O especialista estima que número de mortes tende a diminuir no fim de agosto. Segundo ele, os casos graves diminuíram a partir da segunda semana deste mês. Para o infectologista, a redução se deve a uma flexibilização do uso do medicamento antiviral Tamiflu (Oseltamivir).

"Essa redução basicamente foi à medida que o Ministério da Saúde, em conjunto com a Sociedade Brasileira de Infectologia, fez uma discussão na primeira semana de agosto, optando por flexibilizar o protocolo do tratamento, dando possibilidade aos médicos de receitar o Oseltamivir", disse.

Apesar disso, Salles afirmou que o ministro da Saúde não errou ao falar que tinha controle da entrada do vírus no País, já que não se tinha conhecimento do vírus na época. "Era impossível prever naquela fase (...). Os outros países também não conheciam o vírus. A diferença é que nos países de primeiro mundo essa flexibilização do tratamento foi feita em uma fase precoce", disse.

Fonte: Redação Terra
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