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Tamiflu causou efeitos colaterais em crianças, diz estudo

Mais da metade dos alunos que tomaram remédio como forma de prevenção sofreram algum efeito.

31 jul 2009 - 06h55
(atualizado às 08h58)
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Dois estudos divulgados na quinta-feira com crianças britânicas mostraram que mais da metade das que tomaram Tamiflu, o remédio indicado para prevenção e tratamento da gripe suína, sofreram de efeitos colaterais, como náusea, dores, insônia e até pesadelos.

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Os estudos foram conduzidos por especialistas da Agência de Proteção de Saúde (HPA, na sigla em inglês) da Grã-Bretanha e publicadas no site da revista científica Eurosurveillance.

Em um dos estudos, os dados foram levantados em uma escola no sudoeste da Inglaterra. As crianças - de 11 e 12 anos de idade - começaram a tomar a medicação depois que alguns colegas foram diagnosticados com gripe suína. Os pesquisadores investigaram dados de 248 crianças que tomaram o remédio apenas para prevenção da doença.

Comportamento estranho

"Cinquenta e um por cento tiveram sintomas como náusea (31,2%), dor de cabeça (24,3%) e dor de barriga (21,1%). Apesar de algumas crianças estarem doentes com algum tipo de sintoma parecido com os da gripe, nenhuma estava infectada com o vírus A (H1N1)", diz o estudo.

Segundo a pesquisa, 77% das crianças fizeram o tratamento completo com Tamiflu e 91% usaram o remédio por pelo menos sete dias seguidos. Os cientistas disseram que os efeitos pesquisados são comuns e que "o desconforto dos efeitos colaterais precisa ser considerado" pelos pais que dão o Tamiflu para seus filhos como forma de prevenção.

Outro estudo do HPA em três escolas de Londres, também publicado no Eurosurveillance, com 103 crianças mostrou que 85 delas tomaram a medicação para se prevenir, depois que um colega de aula foi diagnosticado com a gripe. Uma das escolas chegou a ficar fechada por dez dias.

Dos 85, 45 sofreram pelo menos um dos efeitos colaterais. Os mais comuns foram náusea (29%), dores estomacais ou cãibras (20%) e problemas de sono (12%), como insônia e pesadelos. Dezoito por cento sofreram efeitos neuropsiquiátricos, como falta de concentração, sensação de confusão, pesadelos e "comportamentos estranhos".

O estudo foi conduzido em abril e maio, antes de o governo britânico parar de indicar o Tamiflu para prevenção. Atualmente o remédio é usado apenas para tratamento de pessoas já infectadas ou com suspeita.

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