A Universidade de São Paulo (USP) divulgou nota nesta terça-feira em que classifica a depredação da reitoria da instituição, verificada após a desocupação dos prédios ocupados há mais de 40 dias, como uma "barbárie". "A grande maioria da comunidade universitária e da sociedade civil se cansou desse método violento e ilegal utilizado por certas minorias. Trata-se de uma barbárie diante dos paulistas que mantém a USP", disse a universidade.
A operação para devolver a posse da reitoria à USP teve início por volta das 5h30 desta terça. Cerca de 50 policiais da Tropa de Choque participaram da operação, que durou aproximadamente 40 minutos. Ao perceberem a chegada da PM, estudantes no campus da Cidade Universitária alertaram colegas que ocupavam o prédio com o uso de fogos de artifício. A maior parte dos alunos que continuava ali deixou o local, mas duas pessoas foram encaminhadas ao 93° Distrito Policial de São Paulo.
A chegada da Polícia Militar abriu caminho para a realização de perícia no prédio da reitoria, ocupado desde o dia 1º de outubro por estudantes que exigem, entre outras demandas, as eleições diretas para reitor. De acordo com a USP, funcionários devem concluir na quinta-feira uma auditoria patrimonial no prédio da reitoria e na Torre do Relógio para contabilizar todos prejuízos. A universidade informou que, numa primeira análise, foi verificado furto e danos de equipamentos e móveis, arrombamento de portas e pichação de paredes.
"Face ao estado em que se encontra o prédio, prevê-se que seu funcionamento pleno se efetive em duas ou mais semanas", disse a USP na nota. No prédio da reitoria trabalham cerca de 1 mil servidores.
Ocupação da reitoria da USP
A ocupação da reitoria da Universidade de São Paulo foi feita no dia 1º de outubro como forma de protesto pelo modelo de escolha do reitor e vice-reitor da universidade. Um dos pontos mais criticados por alunos e funcionários é a lista tríplice, sistema pelo qual os nomes dos três candidatos mais votados são enviados ao governador do Estado, que decide quem será o reitor. Os alunos também cobram paridade entre eleitores na escolha do reitor. Atualmente, o pleito ocorre por meio de colégios eleitorais – representados majoritariamente por professores titulares.
Os estudantes criticam ainda a presença da Polícia Militar dentro do campus da universidade e exigem que a segurança dos alunos seja feita por uma guarda comunitária. Eles também decretaram greve, em decisão que contou com o apoio de funcionários da universidade por meio do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp).
Após a USP entrar com um pedido de reintegração de posse do prédio, a Justiça determinou a realização de uma audiência de conciliação entre alunos, funcionários, professores e representantes da universidade. Como não houve acordo, foi estabelecido em 15 de outubro um prazo de 60 dias para que a reitoria e os manifestantes estabelecessem diálogo. A USP solicitou a antecipação desse prazo, e no dia 4 de novembro o Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu pela reintegração de posse imediata da reitoria. Em assembleia, os alunos decidiram permanecer no prédio. A Tropa de Choque da Polícia Militar cumpriu na madrugada de 12 de novembro a reintegração de posse da reitoria.
Confira a íntegra da nota da reitoria:
"São lamentáveis as cenas de depredação e vandalismo presenciadas no prédio da Administração Central da Universidade. A grande maioria da comunidade universitária e da sociedade civil se cansou desse método violento e ilegal utilizado por certas minorias. Trata-se de uma barbárie diante dos paulistas que mantém a USP. Há meios legítimos em uma sociedade de direito plena para resolver questões ou impulsionar mudanças. Protestos extraordinários são cabíveis em um Estado democrático de Direito, mas nunca com a utilização de atos considerados como crime pelo direito penal.
Como desdobramento do processo de reintegração, está sendo realizada uma auditoria patrimonial no prédio e na Torre do Relógio, para que se possa estabelecer uma estimativa dos prejuízos causados pela ocupação, referentes, principalmente, a furtos e danos a equipamentos e móveis, arrombamento de portas e pichação de paredes. Esforços estão sendo envidados para que o processo seja finalizado até a próxima quinta-feira, dia 14/11.
Face ao estado em que se encontra o prédio, prevê-se que seu funcionamento pleno se efetive em duas ou mais semanas. No local, trabalham cerca de 1000 servidores e estão instalados órgãos, como a Vice-Reitoria Executiva de Relações Internacionais, Programa USP Internacional, parte das Pró-Reitorias de Cultura e Extensão Universitária e de Graduação, Agência USP de Inovação, Superintendências de Espaço Físico, Gestão Ambiental, Relações Institucionais, Comunicação Social, Saúde e Segurança, Secretaria Geral, Ouvidoria, Escola Técnica e de Gestão da USP e Departamento de Recursos Humanos.
Nos meses de outubro e novembro, foram realizadas seis reuniões de negociação da Comissão da Universidade com representantes do DCE Livre da USP. A proposta de termo de acordo estava condicionada à desocupação imediata e espontânea daquele prédio, bem como o fim da greve, o que, infelizmente, não se concretizou."
12 de novembro - Após 42 dias ocupada por estudantes, a reitoria da Universidade de São Paulo (USP) foi liberada na manhã desta terça, após a Tropa de Choque cumprir reintegração de posse determinada pela Justiça. Durante a invasão, o prédio teve salas vandalizadas e pichadas, equipamentos danificados e sujeira acumulada. Frases de protesto marcaram as paredes do local, feitas por alunos insatisfeitos com a forma como reitor e vice-reitor da instituição são escolhidos. Na imagem, a copa do edifício
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Camisinhas e guimbas de cigarro foram jogadas no chão do prédio da reitoria
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Na sala onde lixo ficou jogado no chão, inscrições nas paredes, pichação e destruição são visíveis
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Mesas foram reviradas, equipamentos ficaram danificados e extintores foram amontoados na reitoria da USP. Em meio ao cenário, figuram cartazes com mensagens sociais e também de cunho sexual
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Policiais e funcionários encontraram revistas eróticas espalhadas em uma das mesas
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Cartazes e faixas foram afixados nas paredes do prédio, que também foram alvo de pichações
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Tinta foi usada para manchar parede e pintar equipamento de água
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - "Com DCE não se pode brincar", diz uma das inscrições no prédio da reitoria
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Estudantes cercaram pelo símbolo de um coração as palavras "Choque e DCE". A Tropa de Choque da Polícia Militar cumpriu na madrugada desta terça-feira a reintegração de posse da reitoria da Universidade de São Paulo
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Lixo ficou espalhado pelo chão e material da reitoria foi desorganizado
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Até o chão foi manchado por estudantes que ocupavam o local desde o dia 1º de outubro
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - A chegada da Polícia Militar abriu caminho para a realização de perícia no prédio da reitoria
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Um busto foi vandalizado. Ao redor, mensagens sexuais e símbolos comunistas
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Um vaso sanitário sujo ficou inutilizável; em frente à porta, uma mensagem: "inte(r)ditado
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - A operação para devolver a posse da reitoria à USP teve início por volta das 5h30
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - O símbolo do anarquismo aparece entre frases de efeito, desenhos de órgãos sexuais e mensagens políticas
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Porta de uma dos estúdios de rádio da USP ficou com um rombo
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Além do buraco, parte da parede foi danificada durante a invasão da reitoria
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Mensagens anarquistas aparecem entre versos de João Cabral de Melo Neto em homenagem a Carlos Drummond de Andrade
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Sala foi revirada e se tornou um dos locais mais pichados pelos estudantes grevistas
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Mesmo em salas onde houve poucos danos, as inscrições na parede se fizeram presentes
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Processos e contratos da Universidade de São Paulo foram atirados no chão
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Policiais fizeram uma vistoria no local depois que a reintegração foi garantida pela Tropa de Choque
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Mais símbolos do anarquismo figuram nas paredes do prédio ocupado por 42 dias. Pichador mencionou o teórico do anarquismo russo Mikhail Bakunin
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Nem mesmo uma placa afixada ao teto escapou do vandalismo. Em meio às críticas ao capitalismo, a partidos políticos e à USP, aparecem também a insatisfação com o DCE, que comandou a greve
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Sala do reitor teve itens danificados com tintas
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Retratos na mesa do reitor também sofreram danos durante a invasão
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Críticas ao atual reitor, João Grandino Rodas, ocupam paredes de parte da reitoria
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Com a reintegração de posse, seguranças voltaram a trabalhar no prédio
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - A entrada do prédio na reitoria, localizada no campus da Cidade Universitária, no bairro do Butantã, na zona oeste de São Paulo, foi liberada
Foto: Bruno Santos / Terra
12 de novembro - Reintegração de posse realizada durante a madrugada foi pacífica: não houve confronto entre PM e alunos
Foto: Marcos Bezerra / Futura Press
12 de novembro - Apesar de não terem sido registrados confrontos, duas pessoas foram detidas no campus da Cidade Universitária
Foto: Marcos Bezerra / Futura Press
7 de novembro - Alunos da Universidade de São Paulo (USP) decidiram adiar para semana que vem a votação que vai discutir a desocupação da reitoria da instituição. Em assembleia, 269 alunos optaram por não discutir a desocupação por enquanto, enquanto 234 queriam que a pauta fosse votada
Foto: Vagner Magalhães / Terra
7 de novembro - Alunos da Universidade de São Paulo (USP) decidiram adiar para semana que vem a votação que vai discutir a desocupação da reitoria da instituição. Em assembleia, 269 alunos optaram por não discutir a desocupação por enquanto, enquanto 234 queriam que a pauta fosse votada
Foto: Vagner Magalhães / Terra
7 de novembro - Alunos da Universidade de São Paulo (USP) decidiram adiar para semana que vem a votação que vai discutir a desocupação da reitoria da instituição. Em assembleia, 269 alunos optaram por não discutir a desocupação por enquanto, enquanto 234 queriam que a pauta fosse votada
Foto: Vagner Magalhães / Terra
7 de novembro - Alunos da Universidade de São Paulo (USP) decidiram adiar para semana que vem a votação que vai discutir a desocupação da reitoria da instituição. Em assembleia, 269 alunos optaram por não discutir a desocupação por enquanto, enquanto 234 queriam que a pauta fosse votada
Foto: Vagner Magalhães / Terra
7 de novembro - Alunos da Universidade de São Paulo (USP) decidiram adiar para semana que vem a votação que vai discutir a desocupação da reitoria da instituição. Em assembleia, 269 alunos optaram por não discutir a desocupação por enquanto, enquanto 234 queriam que a pauta fosse votada
Foto: Vagner Magalhães / Terra
7 de novembro - Alunos da Universidade de São Paulo (USP) decidiram adiar para semana que vem a votação que vai discutir a desocupação da reitoria da instituição. Em assembleia, 269 alunos optaram por não discutir a desocupação por enquanto, enquanto 234 queriam que a pauta fosse votada
Foto: Vagner Magalhães / Terra
6 de novembro - Oficial de Justiça entrega notificação para reintegração de posse da reitoria da USP a representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE)
Foto: Alex Falcão / Futura Press
6 de novembro - Pedro Serrano, do DCE da USP, afirmou que a universidade se comprometeu a negociar com os estudantes
Foto: Vagner Magalhães / Terra
5 de novembro - Reitoria da USP está ocupada por estudantes desde o dia 1º de outubro. Nesta terça-feira o Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu pela reintegração de posse
Foto: Marcos Bezerra / Futura Press
5 de novembro - Ainda que a força policial não seja acionada - ação que pode ser tomada pela reitoria para cumprir a ordem judicial -, os estudantes planejam aceitar um eventual termo de acordo e negociar a saída do prédio
Foto: Tiago Tufano / Terra
5 de novembro - Em greve por eleições diretas para reitor da universidade, o DCE declarou "repúdio" à resolução judicial e promete resistir à "truculência e autoritarismo" da reitoria e do governo do Estado
Foto: Tiago Tufano / Terra
5 de novembro - Os estudantes devem desocupar pacificamente o prédio caso a polícia seja acionada para retirá-los
Foto: Tiago Tufano / Terra
5 de novembro - A ocupação da reitoria da Universidade de São Paulo foi feita no dia 1º de outubro como forma de protesto pelo modelo de escolha do reitor da universidade
Foto: Tiago Tufano / Terra
18 de outubro - Alunos da Universidade de São Paulo (USP) bloquearam na manhã desta sexta-feira a entrada do campus da universidade, na capital paulista
Foto: Bruno Santos / Terra
18 de outubro - Com cartazes e faixas em frente ao portão principal da Cidade Universitária, eles pediam negociação com o reitor, João Grandino Rodas
Foto: Bruno Santos / Terra
18 de outubro - Um dos pontos mais criticados por alunos e funcionários é a lista tríplice, sistema pelo qual os nomes dos três candidatos mais votados são enviados ao governador do Estado, que decide quem será o reitor
Foto: Bruno Santos / Terra
18 de outubro - O trânsito no local foi liberado às 11h, como prometido pelos estudantes, após uma manifestação pacífica
Foto: Bruno Santos / Terra
18 de outubro - Com cartazes e faixas em frente ao portão principal da Cidade Universitária, eles pedem negociação com o reitor, João Grandino Rodas - que, acusado de falta de diálogo com estudantes, na quarta-feira faltou a uma audiência sobre a ocupação da reitoria da instituição
Foto: Bruno Santos / Terra
18 de outubro - Estudantes bloqueiam entrada de campus em protesto na USP
Foto: Bruno Santos / Terra
18 de outubro - Estudantes tentam impedir carro de furar o bloqueio na entrada da USP
Foto: Bruno Santos / Terra
18 de outubro - Estudantes tentam impedir carro de furar o bloqueio na entrada da USP
Foto: Bruno Santos / Terra
18 de outubro - Estudantes tentam impedir carro de furar o bloqueio na entrada da USP
Foto: Bruno Santos / Terra
18 de outubro - Estudantes tentam impedir carro de furar o bloqueio na entrada da USP
Foto: Bruno Santos / Terra
18 de outubro - Estudantes tentam impedir carro de furar o bloqueio na entrada da USP
Foto: Bruno Santos / Terra
15 de outubro - No dia do Professor, alunos e docentes da USP percorreram a avenida Faria Lima com destino ao Palácio dos Bandeirantes; a marcha saiu do Largo da Batata
Foto: João Geraldo / vc repórter
11 de outubro - Eleições diretas para reitor é a principal reivindicação dos alunos da USP que ocupam a reitoria desde o dia 1º de outubro
Foto: Bruno Santos / Terra
11 de outubro - Os alunos fecharam uma das entradas da Cidade Universitária e fizeram caminhada até a reitoria
Foto: Bruno Santos / Terra
11 de outubro - Alunos decidiram fazer um 'cadeiraço' impedindo o acesso às salas dos cursos da USP
Foto: Bruno Santos / Terra
11 de outubro - No prédio da letras, os corredores que dão acesso à salas ficaram repletos de cadeiras
Foto: Bruno Santos / Terra
11 de outubro - Os estudantes da USP estão em greve e ainda não chegaram a um acordo com a reitoria
Foto: Bruno Santos / Terra
11 de outubro - Mural mostra as atividades programadas durante a paralisação dos estudantes
Foto: Bruno Santos / Terra
9 de outubro - Estudantes da USP ocupam prédio da reitoria da USP reivindicando eleição direta para reitor
Foto: Luiz Claudio Barbosa / Futura Press
8 de outubro - Estudantes se mobilizavam em frente à 12ª Vara da Justiça paulista, onde acontecia audiência de conciliação entre a reitoria da USP e os alunos
Foto: Vagner Magalhães / Terra
8 de outubro - Como não houve acordo na audiência, a ocupação foi mantida
Foto: Vagner Magalhães / Terra
8 de outubro - Os alunos afirmam que falta disposição da universidade em negociar com o DCE
Foto: Vagner Magalhães / Terra
8 de outubro - A Justiça vai decidir, em 48 horas, sobre a reintegração de posse da reitoria
Foto: Vagner Magalhães / Terra
3 de outubro - Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) ocupam o prédio da Reitoria. O objetivo da ocupação é pressionar pela aprovação da eleição direta para os cargos de reitor e de vice-reitor
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
3 de outubro - Grupo de estudantes ocupou a reitoria da USP durante reunião de conselho que discutia a eleição para reitor
Foto: Tiago Tufano / Terra
3 de outubro - No local são encontrados apenas algumas paredes pichadas e uma bandeira do Brasil queimada pendurada na porta do prédio. Alguns estudantes circulam pelo local com rostos cobertos e conversando sobre a ocupação
Foto: Tiago Tufano / Terra
3 de outubro - Os alunos cobram eleições diretas para reitor e mais espaço para discussões dentro da universidade
Foto: Thiago Tufano / Terra
3 de outubro - Bandeira do Brasil foi queimada pelos estudantes após a ocupação