Cientistas conseguem reproduzir edema em pulmão artificial
7 nov2012 - 17h03
(atualizado às 17h30)
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Pesquisadores do Instituto Wyss, da Universidade de Harvard (EUA), conseguiram simular um edema pulmonar em um microchip que reproduz o funcionamento de um pulmão humano. O estudo, reportado nesta quarta-feira na revista especializada Science Translation Medicine, usa o "pulmão no chip" para estudar a toxicidade de drogas e identificar potenciais novas terapias para prevenir o edema pulmonar. Em julho, Harvard anunciou um plano para criar um organismo com 10 órgãos humanos simulados em chips.
"Esse equipamento nos permite usar células humanas, as quais frequentemente expressam moléculas que são únicas e não encontradas em células animais. Além disso, como conseguimos simular a interface tecido-tecido e o microambiente mecânico (...) de órgãos vivos, nós recapitulamos as funcionalidades não vistas nos atuais modelos animais. Nós também podemos ver respostas visuais em tempo real e alta resolução, o que não é possível em modelos animais. Finalmente, esses equipamentos de órgãos em chips têm a possibilidade de ser muito mais rápidos e menos caros que os modelos animais, assim como prever melhor as respostas humanas", diz ao Terra Donald Ingber, diretor fundador do instituto e autor do estudo, ao comentar das vantagens do equipamento.
O chip foi apresentado dois anos atrás pela equipe e é um polímero transparente, flexível, do tamanho de um cartão de memória e contém dois canais feitos com as mesmas técnicas para produzir microchips de computador. Um dos canais tem células pulmonares humanas expostas ao ar. O outro tem células sanguíneas capilares. Os dois canais são separados por uma fina membrana porosa. Os cientistas usam vácuo para deformar os canais e reproduzir a ação de um pulmão natural quando ele se expande e retrai ao respirar.
Os pesquisadores testaram no estudo a droga interleukin-2 (IL-2), usada em quimioterapia. Um perigoso efeito colateral desse medicamento é o edema pulmonar, uma condição na qual os pulmões se enchem de coágulos de fluido e sangue e pode levar à morte. A IL-2 foi injetada no canal de sangue do chip. Fluido passou pela membrana, diminuindo o volume de ar do outro canal e comprometendo o transporte de oxigênio - o mesmo efeito esperado em um pulmão humano com a mesma dose administrada pelo mesmo período (o efeito é exibido no vídeo no detalhe).
O estudo descobriu, contudo, que o ato físico de respirar aumenta muito o efeito da droga na formação de edema pulmonar - algo que os médicos e cientistas nunca suspeitaram, segundo os cientistas. Quando os pesquisadores ligaram o sistema de vácuo que simulava a respiração, ele aumentou o vazamento de fluido em mais de três vezes. Eles descobriram que em modelo animal o efeito era o mesmo.
O resultado indica que médicos que tratam pacientes com um respirador com IL-2 devem diminuir o volume de ar levado aos pulmões para, por exemplo, minimizar os efeitos negativos da droga.
Fim das pesquisas com animais?
Ingber afirma que os órgãos artificiais desenvolvidos pelo instituto podem substituir boa parte das pesquisas médicas nas quais animais são necessários. Mas isso não deve ser rápido e deve ocorrer em diversos passos.
"Eu acredito que a tecnologia do pulmão em um chip e de outros órgãos em chips que estão em desenvolvimento vão eventualmente tomar o lugar de um significante número de animais em estudos, mas isso vai ocorrer lenta e progressivamente, um modelo animal de cada vez. Por exemplo, nossos resultados na presente publicação sugerem que o modelo de edema pulmonar em um chip pode potencialmente ser usado no lugar de modelos de ratos ou cães. Nós temos um intestino em um chip e, se nós conseguirmos desenvolver um modelo da doença de Crohn, isso pode sugerir que podemos substituir o modelo animal para esse propósito", diz ao Terra Donald Ingber, diretor fundador do instituto e autor do estudo.
Ingber explica que a pesquisa com esses equipamentos seguem com estudos para substituir outros órgãos e o próximo passo é começar a conectar alguns deles. "Nós atualmente estamos ligando um pulmão em um chip com um coração batendo em um chip desenvolvido pelo professor Kit Parker, também do Instituto Wyss para Engenharia Biológica Inspirada, que eu lidero. Esse trabalho, que recebe fundos do FDA (órgão dos EUA que regula a produção de remédios e alimentos) e os NIH (Institutos Nacionais de Saúde), é desenvolvido para identificar a toxicidade para o pulmão de drogas usadas em aerossol. Este é um primeiro passo em direção à montagem de um corpo humano em um chip."
Ethan Henderson, no Reino Unido, usou uma proteção de gesso aos três anos por ter um desvio de 42° na coluna. A proteção lhe rendeu o apelido de "tartaruga humana". Leia notícia relacionada
Foto: Barcroft Media / Getty Images
A criança se recuperou de uma cirurgia para corrigir um desvio de 42° na coluna vertebral. Ele teve que usar durante três meses a proteção
Foto: Barcroft Media / Getty Images
O desvio poderia deixar o menino paralisado. Contudo, se o procedimento não desse certo, Ethan poderia igualmente perder o movimento das pernas
Foto: Barcroft Media / Getty Images
A operação durou oito horas e a criança recebeu varetas e pinos para corrigir a espinha
Foto: Barcroft Media / Getty Images
Após três meses na proteção de gesso, agora Ethan pode ficar em pé e correr como uma criança normal
Foto: Barcroft Media / Getty Images
James Aspland, da Inglaterra, é cego de nascença e está aprendendo a se movimentar com técnica usada por morcego e golfinhos, que consiste em estalar a língua e escutar como o ruído reverbera em superfícies próximas. Leia notícia relacionada
Foto: BBC Brasil
O bebê Alfie, da Inglaterra, nasceu com malformação da Veia de Galeno. Médicos tiveram que deslizar um cateter da largura de um fio de cabelo através do seu cérebo e usaram uma espécie de super cola para selá-lo ao longo da artéria. Leia notícia relacionada
Foto: O Dia
Oscar sofria de uma deformidade grave no rosto causada por um acidente, que tornava difícil respirar, engolir e falar.
Foto: AFP
O espanhol Oscar foi o primeiro paciente no mundo a receber um rosto completo em trasplante, em julho de 2010. Leia notícia relacionada
Foto: AFP
Morgan LaRue, de 9 anos, foi a primeira a receber uma prótese que "cresce", evitando novas cirurgias, nos EUA. Leia notícia relacionada
Foto: Texas Children''''s Hospital / BBC Brasil
Christopher Sands passou três anos soluçando constantemente até retirar 60% de um tumor no cérebro em cirurgia no Japão. Leia notícia relacionada
Foto: BBC Brasil
A francesa Isabelle Dinoire de 38 anos foi submetida ao primeiro transplante parcial de rosto. Leia notícia relacionada
Foto: AP
Especialistas de dois hospitais fizeram a operação no final de novembro de 2005, na cidade de Amiens, norte da França.
Foto: AP
A paciente superou dois episódios de rejeição ao tecido e duas insuficiências renais.
Foto: AP
Isabelle Dinoire recebeu um novo nariz, lábios e queixo
Foto: AP
Isabelle teve a face desfigurada por um cachorro enquanto dormia.
Foto: AP
O menino iraquiano sofre de Malformação Aneurismática da Veia de Galeno. Leia notícia relacionada
Foto: Barcroft Media / Getty Images
A doença dificulta a circulação de sangue no cérebro de Sirwaan
Foto: Barcroft Media / Getty Images
A doença causava a saída de sangue do órgão pelo olho esquerdo do menino iraquiano e inchava a região
Foto: Barcroft Media / Getty Images
A equipe com uma dúzia de médicos demorou cinco horas para realizar a cirurgia no menino iraquiano, que foi considerada um sucesso
Foto: Barcroft Media / Getty Images
Segundo o doutor Shakir Hussain, neurologista do hospital, o menino iraquiano passou por diversos exames e os especialistas decidiram fazer uma operação inovadora "ao fazer desvios ou passagens alternativas para o sangue"
Foto: Barcroft Media / Getty Images
Para salvar a vida do filho, o pai levou Sirwaan até Nova Delhi, na Índia
Foto: Barcroft Media / Getty Images
Finley sofria de uma rara condição genética chamada Síndrome de Apert, que deixa o crânio em um formato cônico parecido a um chifre. Médicos separaram o crânio do garoto em diversos pedaços pequenos e os grudaram de volta em outro formato. Leia notícia relacionada
Foto: Kitty Gale/Landmark Films / BBC Brasil
Milagros Cerrón Arauco nasceu com a deformação chamada "síndrome de sereia". Leia notícia relacionada
Foto: AFP
Ela passou por uma operação para separar as pernas da virilha até o calcanhar.
Foto: AFP
Bebê nasceu com a síndrome da sereia
Foto: AP
A estudante russa Darya Egorova, 6 anos, passou por uma cirurgia pioneira contra um câncer de osso, em Londres. Leia notícia relacionada
Foto: Harley Street Clinic / BBC Brasil
Os médicos britânicos trataram em apenas três horas o câncer localizado na perna da menina
Foto: Harley Street Clinic / BBC Brasil
Cirurgiões retiraram parte do osso da canela e o reimplantaram após tratamento com radioterapia em clínica londrina
Foto: Harley Street Clinic / BBC Brasil
A novidade da operação é que o osso afetado não teve de ser enviado a um hospital enquanto o paciente aguardava na mesa de cirurgia. Tudo foi feito na clínica
Foto: Harley Street Clinic / BBC Brasil
A adolescente britânica de 14 anos da Inglaterra, que tem alergia a nozes teve de ser hospitalizada após beijar seu namorado, que tinha comido cereais que continham avelãs. Ela recebeu uma injeção de adrenalina e se recuperou totalmente. Leia notícia relacionada
Foto: BBC Brasil
Sharon Phillips antes (dir.) e depois (esq.) de uma dieta que, segundo ela, permitiu descobrir três tumores fatais. Leia notícia relacionada
Foto: Barcroft Media / Getty Images
Segundo os médicos que trataram a mulher, ela descobriu o câncer no momento exato para que pudessem salvá-la
Foto: Barcroft Media / Getty Images
Sharon em imagem feita enquanto estava em tratamento. A mulher se livrou dos três tumores
Foto: Barcroft Media / Getty Images
Após descobrir os tumores, ela iniciou o tratamento imediatamente.
Foto: Barcroft Media / Getty Images
A canadense Aleisha Hunter foi curada de câncer de mama quando tinha 3 anos. Leia notícia relacionada
Foto: Barcroft Media / Getty Images
A mãe de Aleisha, Melanie, foi quem descobriu o caroço no peito da criança, quando a secava depois de um banho
Foto: Barcroft Media / Getty Images
Aleisha Hunter, de Toronto, no Canadá, foi diagnosticada em dezembro de 2008, quando tinha 2 anos
Foto: Barcroft Media / Getty Images
A criança canadense foi curada quando tinha 3 anos e não apresenta mais sinais da doença
Foto: Barcroft Media / Getty Images
Aleisha foi a pessoa mais jovem a ter a doença diagnosticada
Foto: Barcroft Media / Getty Images
Jordan Harden viveu 2 anos com câncer até que os médicos desistiram dos tratamentos e lhe deram semanas de vida. Entretanto, o câncer desapareceu sozinho. Casos de regressão espontânea são raríssimos na medicina. Leia notícia relacionada
Foto: Scope Features / BBC Brasil
Mason Lewis se tornou a menor pessoa da Grã-Bretanha a receber um transplante de pulmão aos 4 anos. Ele media apenas 93 cm de altura. Leia notícia relacionada
Foto: BBC Brasil
O bebê britânico Freddie Allen nasceu saudável após contrair uma doença e passar por uma transfusão de sangue ainda dentro do útero. Leia notícia relacionada
Foto: Caters / BBC Brasil
Joshua Baker sofreu uma parada cardíaca aos 5 anos e seu coração não bateu por 40 minutos, mas um médico conseguiu reanima-lo com uma massagem cardíaca. Leia notícia relacionada
Foto: Caters / BBC Brasil
Giles é portador da síndrome Goldenhar, que fez com que ele nascesse com um pequeno lóbulo no lugar de sua orelha direita. Uma cirurgia plástica, na Inglaterra, corrigiu a deformação. Leia notícia relacionada
Foto: Agência Ross Parry / BBC Brasil
Rafael, a segunda pessoa a receber um transplante facial na Espanha, conversa com repórteres em Sevilha, após alta médica em maio de 2010. Leia notícia relacionada
Foto: EFE
Rafael já tem sensibilidade à dor e diferencia o calor e o frio
Foto: EFE
Rafael recebe o carinho da enfermeira que o acompanhou nas 14 semanas de internação
Foto: EFE
Dallas Wiens antes (esq.) e após o transplante completo de rosto realizado em Boston em maio de 2011. Leia notícia relacionada
Foto: Reuters
O agricultor, que não conseguiu recuperar a visão, é conduzido pelos médicos do hospital
Foto: Reuters
Em entrevista á imprensa, a equipe de médicos explicou o procedimento, que levou 15 horas e envolveu 30 profissionais
Foto: Reuters
O urso Walker precisou de uma cirurgia nos dentes aos dois anos de idade. Leia notícia relacionada
Foto: The Royal Zoological Society of Scotland / Divulgação
O urso estava com o rosto inchado e, como antibióticos não fizeram efeito, os veterinários decidiram sedar o animal para fazer o procedimento
Foto: The Royal Zoological Society of Scotland / Divulgação
Um urso polar teve que passar por uma cirurgia após os veterianários descobrirem que ele estava sofrendo dores
Foto: The Royal Zoological Society of Scotland / Divulgação
O pinguim Happy Feet perdeu a rota de migração e foi parar na Nova Zelândia. Leia notícia relacionada
Foto: AP
John Wyeth, chefe da gastroenterologia do hospital de Wellington e um dos mais renomados médicos da Nova Zelândia, conduziu uma operação em um pinguim. O animal foi encontrado em uma praia do país após comer areia - que o pinguim teria confundido com gelo
Foto: AFP
Após ser "extraviado" de seu país, Happy Feet é operado no "asilo" da Nova Zelândia
Foto: AP
O animal foi encontrado na costa de Kapiti, na ilha Norte, e tem cerca de 10 meses. A cirurgia serviu para limpar seu estômago, já que ele vinha comendo areia na praia.
Foto: AP
Liesel, o gorila mais antigo do Zoológico de Budapeste, foi preparado por veterinários da instituição para intervenção cirúrgica. Leia notícia relacionada
Foto: Reuters
A operação fez-se necessária devido a um tumor que ameaçava a vida do gorila
Foto: Reuters
A fêmea, de 32 anos de idade, teve seu útero operado por médicos e veterinários