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Julgamento do Mensalão

Marco Aurélio ironiza críticas de petistas: 13 é meu nº da sorte

10 out 2012 - 17h54
(atualizado às 18h03)
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Fernando Diniz
Direto de Brasília

Depois de dar o voto que fechou maioria para condenar o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, o ministro Marco Aurélio Mello ironizou nesta quarta-feira críticas feitas por petistas ao resultado do julgamento do mensalão. Marco Aurélio lembrou que a composição atual do Supremo Tribunal Federal (STF) tem a maioria de ministros indicados por governos do PT e disse que pensar em julgamento político "é algo inimaginável".

O ministro Marco Aurélio Mello chega para a 34ª sessão do julgamento do mensalão no Supremo, em Brasília
O ministro Marco Aurélio Mello chega para a 34ª sessão do julgamento do mensalão no Supremo, em Brasília
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/STF / Divulgação

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"Será que todos nós estamos julgando não segundo a nossa consciência, mas segundo os ditames da população, dos anseios da população? É supor e presumir a mais não poder. Quando não pudermos confiar naqueles que ocupam as 11 cadeiras estaremos muito mal", disse Marco Aurélio.

Em nota, o ex-presidente do PT José Genoino acusou o STF de condená-lo sem provas, enquanto o ex-chefe da Casa Civil disse ter sido prejulgado e linchado. Marco Aurélio lembrou que o governo do qual Dirceu fez parte ajudou a construir a atual composição da Corte.

"Hoje nós somos três (Gilmar Mendes, Celso de Mello e Marco Aurélio) que não fomos nomeados por governo do Partido dos Trabalhadores. Muito embora sejamos todos trabalhadores", disse o ministro e brincou: "Eu, por exemplo, tenho lá em casa carro com chapa 1313... PT duas vezes".

Marco Aurélio explica a numeração: 13 é seu número de sorte. "Numa sexta-feira, 13 de agosto, ano bissexto, eu acertei na loteria do Estado da Guanabara", contou o ministro, que ganhou um carro no sorteio.

O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.

No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.

Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.

O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A então presidente do Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.

Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e do irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.

Fonte: Terra
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