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Julgamento do Mensalão

Vencedor de bolão na web sobre mensalão ganhará pizzas

5 set 2012 - 09h11
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O julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) vai terminar em pizza para o internauta que acertar o destino dos réus do processo em um bolão realizado na internet. A ideia é do analista de sistemas Luiz Fernando Mascarenhas, 25 anos, que criou o site Bolão do Mensalão (www.bolaodomensalao.com.br). Na página, o internauta visualiza a relação completa dos acusados e pode deixar o seu palpite se o réu será absolvido, condenado ou preso. "Nós queremos mostrar a nossa indignação com a possibilidade de que esse julgamento não dê em nada", afirma o paulista de Sorocaba.

O analista de sistemas Luiz Fernando Mascarenhas, 25 anos, é o criador do bolão do mensalão
O analista de sistemas Luiz Fernando Mascarenhas, 25 anos, é o criador do bolão do mensalão
Foto: Arquivo pessoal / Divulgação

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Antes mesmo de registrar sua opinião, o internauta já supõe qual é a aposta dos criadores do bolão. Com uma logomarca adornada por uma fatia de pizza, o site não esconde o temor de que o processo termine sem punições: "Nossa ideia com este site é organizar um protesto e deixar clara a indignação de boa parte da população, que já sabe o resultado final do julgamento", afirma o texto de apresentação da página. "O que todo mundo sabe é que dificilmente qualquer um deles (os acusados) sairá preso no final do julgamento", diz.

A página está no ar desde o primeiro dia do julgamento do mensalão e, até agora, quase 1 mil pessoas já deixaram os seus palpites. Para votar, o internauta só precisa escolher uma entre as três opções para cada réu (inocentado, condenado ou preso), cadastrar um e-mail válido e enviar.

"A ideia surgiu em um fórum de discussões na internet. Em um dos tópicos, começamos a conversar sobre o julgamento que estava a um mês do início", conta Luiz Fernando. Quando o STF decidir o futuro de todos os réus da ação penal 470, o criador do site promete premiar com pizzas os apostadores que acertarem os veredictos "ou os que chegarem mais perto".

O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.

No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.

Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.

O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A então presidente do Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.

Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e do irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.

A ação penal começou a ser julgada em 2 de agosto de 2012. A primeira decisão tomada pelos ministros foi anular o processo contra o ex-empresário argentino Carlos Alberto Quaglia, acusado de utilizar a corretora Natimar para lavar dinheiro do mensalão. Durante três anos, o Supremo notificou os advogados errados de Quaglia e, por isso, o defensor público que representou o réu pediu a nulidade por cerceamento de defesa. Agora, ele vai responder na Justiça Federal de Santa Catarina, Estado onde mora. Assim, restaram 37 réus no processo.

Fonte: Terra
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