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Julgamento do Mensalão

Pesquisa: maioria quer punição no mensalão, mas não crê em prisões

12 ago 2012 - 07h56
(atualizado às 07h57)
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Pesquisa Datafolha divulgada hoje pelo jornal Folha de S. Paulo mostra que a maioria dos brasileiros defende a condenação dos principais réus do mensalão, mas só um em cada dez acredita que eles serão presos ao fim do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o levantamento, 73% da população acham que os acusados de participar do escândalo devem ser mandados para a cadeia, enquanto 11% dizem acreditar que isso acontecerá. Os números se invertem em relação à hipótese de absolvição dos réus: apenas 5% torcem para que sejam inocentados e 43% estão convictos de que esse será o resultado do julgamento. Outros 14% defendem que os réus sejam condenados, mas não recebam pena de prisão, resultado esperado por 37% dos entrevistados.

Tese do procurador Gurgel é defendida por 82% dos brasileiros
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Foto: STF / Divulgação

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Para 82% da população o mensalão foi um caso de corrupção que envolveu uso do dinheiro público para comprar votos no Congresso, mostrando amplo apoio à tese defendida pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Só 7% dizem confiar na linha de defesa dos réus, que sustentam que houve apenas caixa-dois de campanha. Sobre o nível de informação do caso, 81% disseram ter tomado conhecimento do mensalão, mas apenas 18% se consideram bem informados. Ainda assim, 75% se disseram a par do julgamento. Em relação à cobertura da imprensa, 45% a consideram completa e 42%, incompleta. Para 46%, o trabalho dos veículos é parcial e para 39%, imparcial. E 46% o consideram "sério" e 38%, "sensacionalista". O Datafolha ouviu 2.562 pessoas na quinta-feira. A Mmargem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.

No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.

Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.

O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A então presidente do Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.

Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e do irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.

Fonte: Terra
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