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Julgamento do Mensalão

Absolvido no mensalão, ex-deputado diz que sofreu preconceito

24 out 2012 - 08h39
(atualizado às 08h44)
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Ao lado de mulher e da filha de 15 anos, o ex-deputado João Magno (PT) acompanhou pela TV em casa, na cidade de Ipatinga (MG), a decisão do Supremo Tribunal Federal que o absolveu no processo do mensalão: "Esse processo prejudicou a minha vida e da minha família". No entendimento dos ministros do STF em caso de empate o réu deve ser beneficiado. Magno recebeu cinco votos pela condenação e cinco pela absolvição pelo crime de lavagem de dinheiro, único crime do qual era acusado. Segundo ele, a inclusão do seu nome no processo o levou à derrota nas eleições de 2006 e a sofrer preconceito. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Ministros chegam para a 39ª sessão do julgamento do mensalão nesta segunda-feira
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Foto: José Cruz / Agência Brasil

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Longe da vida partidária, João Magno diz que não se sente esquecido pelo PT, mas que teve de tomar um novo rumo para sobreviver. Hoje faz consultorias para municípios do Vale do Aço. Há cerca de seis anos, Magno escapou de ser cassado na Câmara e a comemoração no plenário feita pela então deputada petista Ângela Guadagnin ficou conhecida como a "dança da pizza". Para Magno, hoje não há motivo para uma nova festa. "Hoje tiro toneladas das minhas costas e da minha família (...). Mas agora ficou resolvido pela Justiça", disse ao jornal.

O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.

No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.

Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.

O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A então presidente do Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.

Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e do irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.

Fonte: Terra
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