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Política

Fleury: 'tentam escamotear situação real' sobre racionamento

Ex-governador de São Paulo, que decretou racionamento em 1994, fez críticas à forma como o atual governo tem lidado com os riscos de falta d'água na Grande SP

30 jul 2014 - 21h01
(atualizado às 22h58)
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O ex-governador Fleury durante evento de campanha de Paulo Skaf na zona norte de São Paulo
O ex-governador Fleury durante evento de campanha de Paulo Skaf na zona norte de São Paulo
Foto: Janaina Garcia / Terra

O governador de São Paulo entre os anos de 1991 e 1995, Luiz Antonio Fleury Filho (PMDB), acusou o governo do candidato à reeleição Geraldo Alckmin (PSDB) de esconder da população o cenário “real” que indicaria a necessidade de se adotar o racionamento de água no Estado. O governo Fleury terminou em 31 de dezembro de 1994 em meio a um racionamento iniciado no dia 3 de novembro daquele ano.

“Está faltando atitude por conta do planejamento do Estado, já que ele falhou na execução de obras que deveriam ser feitas, e agora está falhando também por tentar escamotear da população a situação real que pode levar à falta d’água”, disse.

Fleury conversou com o Terra durante evento de campanha do candidato do PMDB ao governo, o empresário Paulo Skaf, nesta quarta-feira, em São Paulo. O ex-governador é presidente da coligação de Skaf. Também hoje, o Cantareira chegou aos 15,6% de sua capacidade – já durante a exploração de uma segunda cota da reserva técnica do manancial, o chamado “volume morto”. O volume útil acabou no último dia 16.

“Em 1994 eu era governador e decretei racionamento, e as condições eram muito melhores do que hoje: a Cantareira na época estava com cerca de 40% do volume, se não me falha a memória”, afirmou.

O racionamento da época, no entanto, foi por conta do baixo volume do sistema Guarapiranga, na zona sul (a Cantareira é na zona norte), em 3 de novembro, estava com 30,4% da vazão. O sistema Alto Tietê, também em crise naquele ano, tinha 24,4% de seu volume no início do rodízio na zona leste, em 10 de novembro de 1994.

Ao todo, dependem do sistema Cantareira cerca de 8,8 milhões de pessoas.

MPF quer racionamento imediato

Esta semana, o Ministério Público Federal (MPF) se baseou em um estudo de pesquisadores da Unicamp que indica que o chamado ‘volume morto’ do sistema Cantareira pode secar totalmente em menos de 100 dias. A partir da constatação, o MPF emitiu parecer na última segunda-feira recomendando que Alckmin implemente imediatamente um racionamento emergencial de água na região metropolitana.

O objetivo da recomendação, segundo o MPF, é evitar um colapso do conjunto de reservatórios que abastece 45% da região metropolitana da capital.

Após a recomendação do MPF, a Sabesp emitiu nota na qual defendeu que, embora reconheça a importância institucional do Ministério Público Federal, a empresa discorda frontalmente da imposição de um racionamento sugerido pelos procuradores.

Segundo a nota da estatal paulista, a medida penalizaria a população e poderia produzir efeitos inversos daqueles pretendidos pelos procuradores.

“São Paulo preferiu enfrentar de forma organizada a maior estiagem de sua história. Os esforços feitos pela população e pela Sabesp até o momento equivalem à economia que se obteria com um rodízio de 36 horas com água por 72 horas sem água. A Sabesp tem 40 anos de história e os melhores especialistas da América Latina em saneamento. Portanto, tem convicção das medidas adotadas”, informou a empresa.

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Fonte: Terra
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