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Tragédia em Santa Maria

RS: polícia vê dificuldade de manter músicos e donos da boate presos

30 jan 2013 - 10h43
(atualizado às 10h43)
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A prisão temporária de quatro envolvidos no incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria, dificilmente será estendida por mais cinco dias. A avaliação foi feita nesta manhã pelo delegado que preside o inquérito, Marcelo Arigony, e pelo promotor Joel Dutra.

Fotos divulgadas pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul mostram a destruição no interior da boate Kiss, em Santa Maria (RS), após o incêndio que matou mais de 230 pessoas na madrugada do último domingo
Fotos divulgadas pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul mostram a destruição no interior da boate Kiss, em Santa Maria (RS), após o incêndio que matou mais de 230 pessoas na madrugada do último domingo
Foto: Polícia Civil do Rio Grande do Sul/ Divulgação / Reuters

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A prisão temporária de Elissandro Spohr, o Kiko, do sócio dele Mauro Hoffmann e de dois integrantes do grupo Gurizada Fandangueira termina na sexta-feira. Esse tipo de detenção, decretada sob justificativa de preservar provas, pode ser renovada por mais cinco dias. A renovação, no entanto, é incerta.

"A nossa legislação só permite a prisão em casos excepcionais. Conseguimos por ser imprescindível para a investigação, mas estamos esbarrando na legislação", disse Arigony. Questionado se os quatro podem correr riscos em liberdade, Arigony afirmou: "tudo é possível".

O clamor público não justifica a prisão, entende por outro lado o promotor Joel Dutra. "A legislação é bastante rígida no sentido de garantir a liberdade das pessoas. O clamor público não justifica a prisão de ninguém. A prisão tem alguns critérios, como a ameaça a testemunhas, possível fuga", disse. "Não posso privar a liberdade de ninguém para que ele fique seguro. Não se pode inverter os valores", afirmou.

Para o integrante do Ministério Público, é possível adotar outras medidas cautelares no lugar da prisão, como a proibir os donos da boate e os músicos da banda de deixarem a cidade sem aviso prévio. "Até o presente momento, não vejo como manter as pessoas presas", disse.

A Polícia Civil informou nesta manhã ter sido informada de que Kiko, um dos donos da boate, tentou suicídio no hospital onde está internado sob custódia. Ele foi encontrado com a mangueira do chuveiro do banheiro enrolada no pescoço. Para Dutra, a tentativa de suicídio também não justificaria a manutenção de uma custódia. "A justificativa de ficar preso porque tentou se matar é absurda. Se é fingimento ou não, é uma pessoa que pode estar com problemas psíquicos", disse.

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Incêndio na Boate Kiss

Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada deste domingo em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo iniciou com um sinalizador lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.

Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.

A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos.

Fonte: Terra
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