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Tragédia em Santa Maria

Advogado: donos de boate não sabiam que banda usaria sinalizador

28 jan 2013 - 17h21
(atualizado às 17h21)
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O advogado Jader Marques, que representa Elissandro Callegaro Spohr, o Kiko, um dos sócios da Boate Kiss que foi detido temporariamente pela Polícia Civil, disse nesta segunda-feira que os proprietários da casa noturna de Santa Maria (RS) não sabiam que a banda Gurizada Fandangueira usaria um sinalizador durante o show. A apresentação do grupo terminou em tragédia na madrugada do último domingo, após um incêndio provocar a morte de mais de 230 pessoas e deixar mais de cem feridos - o artefato teria dado início ao fogo dentro da casa noturna, de acordo com o Corpo de Bombeiros.

O incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, deixou mais de 230 pessoas mortas
O incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, deixou mais de 230 pessoas mortas
Foto: Fernando Borges / Terra

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"Acontece que essa banda já tinha se apresentado na casa e nunca usou esse tipo de coisa, por ser uma casa fechada. Eles (os integrantes da banda) sabiam que era perigoso. Eles (os proprietários da Boate Kiss) não foram informados (de que seria usado um sinalizador no show), e isso não fazia parte da tradição de apresentação do grupo", disse o advogado, em rápida entrevista ao Terra por telefone.

Além de Spohr, outras três pessoas foram presas temporariamente hoje: Mauro Hoffman, sócio-proprietário da Boate Kiss, e Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos, integrantes da banda. O primeiro, segundo o Tribunal de Justiça (TJ), era quem acionava o dispositivo do show pirotécnico à distância. O segundo é o vocalista, que estava com o sinalizador que teria provocado o incêndio.  "Eles foram presos porque é essencial para ajudar nas investigações e não estão sendo responsabilizados de nada ainda", disse o delegado Ranolfo Vieira.

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Embora preso temporariamente, Spohr permanecia internado em um hospital em Cruz Alta (cidade a cerca de 128 km de Santa Maria) até a tarde desta segunda-feira, para onde foi encaminhado para receber "atendimento por intoxicação por fumaça", segundo Marques. O advogado negou, entretanto, que a casa noturna não cumpria os pré-requisitos de segurança para funcionamento, e disse que o pedido de renovação do alvará de funcionamento estava em tramitação.

"A casa fez o pedido para o novo alvará e estava em processo de tramitação para ser expedido. Só faltava o papel apenas, (...) mas em relação ao atendimento às exigências de segurança estava tudo em ordem. Tudo o que era exigido,  era cumprido. Estava faltando apenas a prefeitura expedir o alvará, (...) mas sempre teve a aprovação dos bombeiros. A casa estava regular", afirmou.

Ainda segundo o advogado, o proprietário está "inteiramente à disposição das investigações", e também bastante "abalado" com a tragédia. "Tinha funcionários (da boate) entre as vítimas", afirmou.

De acordo com a Justiça, a medida atende pedido da autoridade policial para que não haja interferência nas investigações.  A prisão temporária das quatro pessoas será por cinco dias, prorrogável por igual período. 

Incêndio na Boate Kiss 

Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada deste domingo em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo iniciou com um sinalizador lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária. 

Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.

A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos.

 
Fonte: Terra
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