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Na Disney, Zeca Pagodinho incumbe filho de ajudar vítimas em Xerém

4 jan 2013 - 20h47
(atualizado às 20h53)
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Criado junto às vítimas que estão desalojadas e desabrigadas em Xerém, distrito de Duque de Caxias, fortemente atingido pela chuva na madrugada da última quinta-feira, o produtor musical Eduardo Chaves, 25 anos, filho do sambista Zeca Pagodinho, foi incumbido por seu pai de ajudar as vítimas da tragédia. Ao todo, são mais de 1 mil desalojados, cerca de 200 desabrigados, um morto e um desaparecido no distrito.

Zeca Pagodinho circulou pelas ruas de Xerém para ajudar as vítimas da chuva
Zeca Pagodinho circulou pelas ruas de Xerém para ajudar as vítimas da chuva
Foto: Daniel Ramalho / Terra

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Zeca estava participando de um mutirão para ajudar as vítimas e fazendo campanha para angariar doações durante toda a quinta-feira, Depois de sair de casa para visitar as áreas mais afetadas de Xerém, usando um quadriciclo motorizado, o cantor, em entrevistas, não escondia sua comoção com o que estava acontecendo aos moradores do distrito. "É muito ruim ver Xerém assim", disse o sambista em entrevista à TV Band.

"Tem muita gente pobre, muita gente sofredora e tem o lixo para infernizar mais ainda a vida. Eu tenho carro, mas tem gente que não tem. O único caminho que sobrou (depois dos deslizamentos de terra) é lixo puro. Dá nojo de político, dá nojo desta gente bandida", disse ele numa clara referência à irregularidade na coleta de lixo. À noite, no entanto, viajou para a Disney, em Orlando (Estados Unidos), com a família. O filho Eduardo, que não planejou viagem, recebeu uma missão do pai.

"Eu não tinha marcado viagem. Mas meu pai já tinha agendado a dele há muitos meses, não tinha como desmarcar. Ele me pediu para fazer todo o possível para ajudar nossos conhecidos aqui de Xerém", conta Eduardo, que já conseguiu apoio de sambistas da zona norte para doações. A sede do Renascença Clube, em Vila Isabel, vai receber remédios, roupas, alimentos não perecíveis e tudo mais que for doado. Outros pontos de encontro de bambas localizados em Bangu e Madureira também vão receber doações.

Na sede da Igreja Batista de Xerém não param de chegar colchonetes, garrafas de água mineral, verduras e muita roupa. Tudo é levado para a Escolinha de Música de Zeca Pagodinho e depois encaminhado à igreja, onde há cerca de 300 pessoas sendo atendidas.

"Temos cerca de 300 pessoas sendo assistidas neste abrigo (um dos quatro usados pelas vítimas). Nem todos estão dormindo aqui. Alguns são prestadores de serviço da prefeitura e voluntários que também precisam beber água e comer", explica Eduardo. As doações podem ser enviadas para a rua Ernani, número 13. O único acesso possível depois das chuvas dá-se pela praça da Pedreira, em Xerém. Maiores informações podem ser obtidas pelo telefone (21) 3653.8000.

Histórico de deslizamentos

Em janeiro de 2011, a baixada fluminense enfrentou a maior tragédia climática da história do Brasil. Foram 918 mortos e mais de 215 desaparecidos após as fortes chuvas que atingiram sete municípios da região. As cidades mais atingidas foram Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis, Bom Jardim, Areal, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto.

No ano anterior, em 2010, uma série de deslizamento deixou 30 mortos em Angra dos Reis nas primeiras horas do dia 1º de janeiro. O deslizamento de uma encosta atingiu uma pousada e sete casas na Ilha Grande, matando pelo menos 19 pessoas. No continente, 11 pessoas morreram em outro desmoronamento.

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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