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Trump põe em dúvida se aceitará resultado das eleições

20 out 2016 - 05h37
(atualizado às 07h55)
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Trump decidirá 'na hora' se aceitará resultado das eleições
Trump decidirá 'na hora' se aceitará resultado das eleições
Foto: EFE

O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite dessa quarta-feira (19) que manterá "em suspense" sua posição sobre aceitar ou não uma eventual derrota nas eleições presidenciais, que serão realizadas no dia 8 de novembro.

Questionado pelo moderador do embate sobre a antiga tradição americana, o magnata, que vem perdendo fôlego nesta reta final da campanha, afirmou apenas que decidirá o que fazer "na hora".

Em recentes discursos, realizados após pesquisas de opinião mostrarem vantagem de Hillary Clinton, Trump vem repetindo a seus apoiadores que as eleições presidenciais podem estar sendo manipuladas. Ele ainda acusou a mídia americana de ser "desonesta e corrupta" e de "envenenar" a cabeça dos eleitores.

As declarações foram classificadas por Hillary Clinton como "assustadoras". "Sempre que Donald acha que as coisas não estão indo na direção dele, ele diz que há manipulação contra ele", rebateu. "Foi assim até com um Grammy que ele achava que deveria ter levado por seu programa de TV por três anos seguidos, e que ele tuitou depois dizendo que havia sido manipulado."

"Deveria ter ganho os prêmios, mesmo", interrompeu o republicano, arrancando risos da plateia.

Ofensas

A frase foi um dos únicos momentos descontraídos do último debate entre os candidatos à presidência dos Estados Unidos, realizado em Las Vegas. Sob clima bastante tenso, Hillary Clinton e Donald Trump não se cumprimentaram com o tradicional aperto de mãos, trocaram olhares atravessados e elevaram o tom das acusações ao longo da uma hora e meia em que estiveram sob os mesmos holofotes. Nos minutos finais, Trump chegou a disparar para adversária: "Que mulher asquerosa".

Pressionado pela crescente desvantagem nas urnas, Trump voltou a atacar Hillary por, segundo ele, ter criado terreno para a formação do "Estado Islâmico", nos tempos em que era secretária de Estado. Ele ainda chamou de "ato criminoso" a ocultação de mais de 40 mil emails oficiais, enviados por meio de servidor privado, quando ela ocupava o primeiro escalão do governo Barack Obama.

"Ela não deveria sequer estar concorrendo à presidência", disse Trump, citando a história de que Bill Clinton teria interceptado a procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch, em um aeroporto pouco antes de o FBI decidir não condenar Hillary pela destruição dos emails. No debate anterior, Trump chegou a dizer que, se fosse presidente, Hillary estaria "na cadeia".

"Fantoche de Putin"

Diante dos ataques, a democrata voltou a criticar a relação do adversário com o presidente da Rússia, Vladimir Putin - o qual, segundo Trump, não tem "o menor respeito" nem pela ex-secretária de Estado nem pelo presidente Barack Obama.

"É porque eles preferem ter um fantoche como presidente dos Estados Unidos", afirmou Hillary, acusando o oponente de estimular espionagem cibernética russa contra o povo americano.

Segundo ela, o vazamento do conteúdo de seus polêmicos emails por meio do Wikileaks evidencia uma suposta interferência estrangeira nas eleições americanas em favor de Trump. Ela ressaltou ainda que 17 agentes do serviço de inteligência, militares e civis, confirmaram a origem russa e a intenção de influenciar a corrida presidencial.

Imigração e mulheres

Os candidatos falaram sobre aborto - Trump foi mais vago e disse ser a favor de que os estados definam, enquanto Hillary foi enfática ao declarar que o governo "não tem que se meter" na decisão da mulher - , sobre a segunda emenda da Constituição americana (que permite a posse de armas) e voltaram a explicar seus planos para a economia americana. Enquanto Trump defende menos impostos e renegociação de acordos internacionais, Hillary defende maiores taxações sobre os mais ricos e manutenção das alianças.

Ao comentar um dos temas cruciais nas eleições deste ano - imigração - Trump ainda acusou a adversária de pretender instaurar uma política de "fronteiras abertas", no que Hillary devolveu afirmando que o republicano quer "separar famílias". O magnata voltou a prometer leis rígidas contra imigrantes e a falar na construção de um muro na fronteira dos EUA com o México, a fim de barrar a entrada de imigrantes ilegais e criminosos em território americano.

O moderador do debate, o âncora da Fox News Chris Wallace, levantou ainda uma questão que tem sido a principal dor de cabeça da campanha de Donald Trump: declarações de mulheres de que o candidato teria abusado sexualmente delas. "Essas acusações são totalmente falsas", afirmou o magnata, afirmando acreditar que a campanha de Hillary Clinton estaria por trás das histórias. "Ninguém respeita mais as mulheres do que eu."

Apesar de questionada sobre acusações de assédio sexual contra o marido, Bill Clinton, Hillary acabou desviando o assunto e conseguiu não responder à pergunta.

Segundo pesquisa CNN/ORC divulgada logo após o debate, 52% das pessoas ouvidas acreditam ter sido Hillary Clinton a vencedora da noite. Outros 39% afirmam ter sido Donald Trump.

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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