Furto espetacular de relíquia de 100 quilos, avaliada em US$ 1 milhão (e com valor de mercado estimado em US$ 4 milhões), deixa poucas pistas e uma série de perguntas sem resposta. Serviço de segurança do museu percebeu invasão apenas meia hora depois.
Na investigação sobre o roubo de uma moeda de ouro gigante em Berlim, a polícia local está à procura de possíveis cúmplices de dentro do museu Bode, de onde a chamada "Big Maple Leaf", de 100 quilogramas, foi roubada na madrugada de segunda-feira (27/03).
Segundo o porta-voz da polícia berlinense, Winfrid Wenzel, os investigadores estão partindo do princípio de que o ladrão tinha informação privilegiada e que o roubo teve a participação de várias pessoas, sobretudo "devido ao peso do objeto". O roubo espetacular é ainda um grande mistério para a polícia alemã, mas os criminosos deixaram pistas.
O tabloide alemão Bild divulgou em sua publicação desta quarta-feira (29/03) imagens que mostram furos no chão do museu causados por lascas da vitrine de vidro à prova de bala onde a moeda era exposta. A vitrine continha um sistema de alarme - o maior mistério para os investigadores. Será que o alarme foi desativado previamente ou foi desativado pelos ladrões no momento do roubo? O serviço de segurança percebeu o roubo apenas meia hora depois da intrusão.
Fato: os ladrões saíram da mesma janela no segundo andar do museu pela qual entraram. Investigadores suspeitam que eles usaram uma escada para acessar o edifício a partir dos trilhos de bonde vizinhos ao local. A "Big Maple Leaf" teria provavelmente sido jogada da janela até o térreo. A polícia encontrou marcas de impacto.
Quando o sorriso de Mona Lisa desapareceu: em 1911, o retrato feminino mais famoso do mundo – "Mona Lisa", de Leonardo da Vinci – foi roubado. Um jovem italiano, Vincenzo Peruggia, furtou a imagem do Louvre depois de se vestir como um empregado do museu parisiense e esconder a obra debaixo do casaco. A pintura reapareceu em 1913, após um comerciante de arte denunciar Peruggia à polícia.
Foto: @picture alliance/Mary Evans Picture Library / Deutsche Welle
A pintura mais roubada: o retrato de "Jacques 3º de Gheyn", de Rembrandt, foi roubado quatro vezes da Dulwich Picture Gallery, no Reino Unido, em 1966, 1973, 1981 e 1986. Por isso, a pintura também é conhecida como "o Rembrandt para viagem". Também após o último roubo, a obra de arte felizmente foi recuperada.
Foto: @picture alliance/akg-images / Deutsche Welle
Misterioso roubo em Boston: em 1990, o roubo de 13 pinturas do Museu Isabella Steward Gardner, em Boston, nos EUA, atraiu a atenção internacional. Dois homens disfarçados de policiais invadiram o prédio e roubaram, entre outras obras de arte, "Chez Tortoni", de Édouard Manet, e "O Concerto" (foto), de Jan Vermeer. Até hoje, as molduras, sem os quadros, permanecem penduradas no local.
Foto: @Gemeinfrei / Deutsche Welle
O roubo espetacular de pinturas de Van Gogh: em 1991, sem ser notado, um homem se fechou num banheiro do Museu Van Gogh, em Amsterdã, e roubou 20 pinturas com a ajuda de um supervisor. Entre elas, estavam o "Autorretrato diante do cavalete" (foto). No entanto, a polícia conseguiu recuperar as obras roubadas apenas uma hora depois, no veículo usado na fuga. Depois de alguns meses, os ladrões foram presos.
Foto: @picture alliance/dpa/K.Van Weel / Deutsche Welle
"Virgem do fuso" desaparecida: a pintura de Leonardo da Vinci, avaliada em até 70 milhões de euros, foi roubada em 2003 de um castelo na Escócia. Dois ladrões, que entraram na exposição como turistas, dominaram o guarda do Castelo de Drumlanrig e fugiram com a obra. A imagem ficou desaparecida por quatro anos. Somente em 2007 ela foi recuperada após uma batida policial realizada em Glasgow.
Foto: @picture alliance/dpa / Deutsche Welle
Roubo armado no Museu Munch: em 2004, "O grito" e "Madonna", do expressionista Edvard Munch, foram roubadas em Oslo. Dois criminosos armados invadiram o Museu Munch e furtaram as obras diante de várias testemunhas. Durante uma busca, a polícia recuperou as duas pinturas. Porém, o estado de "O grito" era tão ruim que o quadro não pôde ser totalmente restaurado.
Foto: @picture alliance/dpa/Munch Museum Oslo / Deutsche Welle
Roubo milionário na Suíça: em 2008, ladrões armados roubaram quatro pinturas no valor de 180 milhões de francos suíços do museu privado Fundação Coleção Emil G. Bührle, em Zurique: "Rapaz de colete vermelho", de Paul Cézanne; "Conde Lepic e suas filhas", de Edgar Degas; "Amendoeira em flor", de Vincent Van Gogh; e "Campo de papoulas perto de Vétheuil" (foto), de Claude Monet. Todos foram recuperados.
Foto: @picture alliance/akg-images / Deutsche Welle
Moeda de ouro de 100 quilos em Berlim: em março de 2017, uma moeda de ouro de 100 quilos, com valor nominal de 1 milhão de dólares, foi roubada do Museu Bode, em Berlim. Os ladrões provavelmente usaram uma escada para entrar no edifício. A moeda, chamada de "Big Maple Leaf", é originária do Canadá, tem 53 centímetros de diâmetro e três centímetros de espessura. Na parte frontal, ela traz o retrato da rainha Elizabeth 2ª.
Foto: @picture alliance/dpa/F.May / Deutsche Welle
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Além disso, investigadores suspeitam que os ladrões tenham feito rapel - técnica para descidas verticais - na saída do museu, pois encontraram cordas perto da estação ferroviária urbana Hackescher Markt. Fora do museu, a moeda de 100 quilogramas teria sido transportada com um carrinho de mão até o local de resgate, o parque Monbijoupark, onde estaria esperando o carro de fuga. Na noite de segunda-feira, um carro Mercedes foi encontro incendiado num estacionamento.
A "Big Maple Leaf" é uma peça comemorativa emitida pela Royal Canadian Mint em 2007. Assim como todas as moedas canadenses, ela traz o retrato da rainha Elizabeth 2ª do Reino Unido. Com 53 centímetros de diâmetro e três centímetros de espessura, a moeda entrou no Livro Guinness dos Recordes por sua inigualável pureza de 999,99/1000 de ouro. O valor nominal da moeda é de 1 milhão de dólares, porém, o valor de mercado do item é estimado em 4 milhões de dólares.
Em exibição no museu Bode desde 2010, a moeda faz parte da coleção Münzkabinett, o mais importante arquivo de moedas de Berlim, que inclui mais de 540 mil objetos. Segundo o diário alemão Handelsblatt, a "Big Maple Leaf" pertence ao empresário do setor imobiliário Boris Fuchsmann. Ele teria emprestado a moeda de ouro ao museu em 2010.
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