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República Democrática do Congo limita acesso à internet para evitar protestos

18 dez 2016 - 09h56
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O governo da República Democrática do Congo decidiu bloquear a partir da noite deste domingo o acesso a algumas redes sociais, entre elas o Facebook, Twitter, Instagram e WhatsApp, em todo o país, informou a Autoridade Reguladora dos Correios e Telecomunicações (ARPTC).

A medida foi anunciada antes do prazo para que o presidente do país, Joseph Kabila, deixe o poder. Pela Constituição, Kabila deve sair do cargo até segunda-feira.

"Caso seja impossível um bloqueio parcial dessas redes, a ARPTC deve impedir completamente o acesso a esses serviços", disse em comunicado o diretor-geral do órgão, Oscar Mukinda, sobre uma medida que equivaleria o corte completo à internet.

A decisão pode provocar uma espiral de caos e violência política. A repressão do governo contra ativistas, líderes da oposição, manifestantes e outros que se opõem aos planos de Kabila de permanecer no poder aumentou nos últimos meses.

As negociações com a oposição, medidas pela Igreja Católica, para resolver o bloqueio institucional à realização de eleições, serão retomadas na próxima quarta-feira, disse a Conferência Episcopal Nacional do Congo (Cengo), que suspendeu o diálogo ontem porque os bispos foram convidados a visitar o papa no Vaticano.

Ao longo do fim de semana, o governo aumentou a presença militar e policial em algumas cidades, sobretudo em Kinshasa, onde foram instaladas barreiras de segurança. Os agentes estão fiscalizando veículos e pessoas, segundo a rádio "Okapi".

Líderes políticos, religiosos e representantes da sociedade civil pediram calma e moderação para preservar a paz a partir de segunda-feira.

O presidente da República Democrática do Congo encerra amanhã, por determinação da Constituição, seu segundo e último mandato. Mas o Tribunal Constitucional aceitou adiar as eleições até 2018, como pedia a Comissão Eleitoral, que alega motivos técnicos para o adiamento.

Em setembro, os protestos para exigir a renúncia do presidente explodiram em Kinshasa, deixando pelo menos 32 mortos, segundo o governo. A oposição diz que 75 pessoas morreram nas manifestações.

Kabila comanda o país desde 2001, quando chegou ao poder após a morte de seu pai, Laurent-Désiré Kabila, e venceu as duas eleições presidenciais realizadas até o momento, em 2006 e 2011.

EFE   
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