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Rei de Lesoto dissolve parlamento após moção de censura contra governo

7 mar 2017 - 13h42
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O rei de Lesoto, Letsie III, assinou nesta terça-feira a dissolução do parlamento, depois que foi aprovada na semana passada uma moção de censura contra o governo, segundo informou a televisão pública sul-africana, "SABC".

O monarca deve agora fixar uma data para as eleições, que têm que acontecer dentro de um prazo de 90 dias.

O primeiro-ministro, Pakalitha Mosisili, foi derrubado pelo partido opositor Congresso de Todos os Basoto (ABC, em sua sigla em inglês), liderado pelo ex-primeiro-ministro Thomas Thabane, que impulsionou a moção de censura dias após voltar de seu exílio na África do Sul.

O texto pedia a destituição de Mosisili por seus supostos abusos de poder e por não ter cumprido o acordo assinado com a oposição após a tentativa de golpe de Estado em agosto de 2014 contra Thabane.

Mosisili, de 71 anos, chegou ao poder em fevereiro de 2015 à frente de uma frágil coalizão após derrotar nas urnas seu antecessor no cargo.

Aquelas eleições antecipadas deveriam dar fim à crise política que esta problemática monarquia constitucional vive desde a tentativa de golpe de 2014, quando militares próximos a Mosisili cercaram a residência do primeiro-ministro Thabane, obrigando-o a se exilar na África do Sul.

Thabane, de 77 anos, retornou a seu país há poucos dias escoltado pela polícia da África do Sul, cujo governo apoiou o compromisso de antecipar as eleições para resolver a crise.

O primeiro-ministro reconheceu então sua derrota, mas Mosisili deu início a uma onda de repressão que resultou na morte de um general leal a Thabane.

Vários militares suspeitos foram detidos e Thabane e outros líderes da oposição voltaram a se exilar na África do Sul.

Descumprindo o acordo assinado sob tutela sul-africana com Thabane, Mosisili manteve o comando do exército nas mãos do general Tlali Kamoli, que ordenou a seus soldados que cercassem a residência do primeiro-ministro em 2014 após este se negar a aceitar sua destituição.

Kamoli foi apontado por observadores nacionais e internacionais como o responsável pela repressão, e não deixou seu posto à frente das Forças Armadas até novembro do ano passado.

Com pouco mais de dois milhões de pessoas e encravado no coração da África do Sul, Lesoto viveu vários golpes de estado desde que se tornou independente do Reino Unido, em 1966.

EFE   
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