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Promotores de 15 países trocarão informações sobre a Odebrecht em Brasília

15 fev 2017 - 14h17
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Representantes de Ministérios Públicos de 15 países se reunirão a partir desta quinta-feira em Brasília para trocar informações sobre as práticas de corrupção cometidas pela Odebrecht.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), que organiza a reunião, foram convidados Antígua e Barbuda, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Portugal, Peru, República Dominicana e Venezuela.

As reuniões serão a portas fechadas porque, disse um porta-voz da PGR à Agência Efe, existem investigações em curso por parte de cada Ministério Público. O encontro é considerado como um "inédito caso de cooperação regional".

Nos 14 países, além do próprio Brasil, a atuação da Odebrecht é investigada, sobretudo no financiamento ilegal de campanhas eleitorais, no pagamento de propinas para obter contratos de obras públicas e na realização de operações financeiras irregulares.

Todos eles tinham pedido informações ao Brasil, que investiga a construtora e outras construtoras há mais de dois anos dentro da Operação Lava Jato. Desde então, dezenas de políticos e empresários foram presos por participar no esquema, que ainda pode envolver muitos líderes de quase todos os partidos, entre eles membros do governo e o próprio presidente Michel Temer.

As práticas corruptas, porém, não se limitaram ao Brasil e se expandiram pelas mãos da Odebrecht para boa parte da América Latina, chegando a países da África e até na Europa, caso de Portugal.

Boa parte do dinheiro obtido com as manobras ilegais passou por bancos dos Estados Unidos e Suíça, países que também entraram na investigação e com os quais a Odebrecht assinou diferentes acordos de leniência, aceitando multas que passam de US$ 2 bilhões.

A dimensão internacional do escândalo foi conhecida no fim do ano passado, quando o Departamento de Justiça dos EUA revelou que a construtora admitiu ter pagado US$ 788 milhões em propinas em 12 países da América Latina e da África, incluindo o próprio Brasil.

Os pagamentos envolviam mais de 100 projetos realizados entre 2001 e 2014 e que, na grande maioria, eram de obras públicas.

As investigações iniciadas por causa das informações da Justiça americana provocaram uma ordem de prisão contra o ex-presidente peruano Alejandro Toledo, foragido, e atingiram os presidentes do Panamá, Juan Carlos Varela, e Colômbia, Juan Manuel Santos.

E também geraram um enorme rebuliço em cada um dos países citados, que pediram mais informações ao Brasil, já que 77 ex-diretores da Odebrecht envolvidos no escândalo acertaram colaborar com a Justiça e fizeram acordos de delação premiada que podem revelar detalhes sobre as operações das empresas no exterior.

A Odebrecht, que opera em 28 países e tem 168 mil funcionários, aceitou a responsabilidade nos fatos e se comprometeu tanto a colaborar com a Justiça em todas as investigações, como também a eliminar definitivamente dessas práticas corruptas.

EFE   
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