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Quase 2 milhões de muçulmanos completam peregrinação a Meca

11 set 2016 - 14h28
(atualizado às 14h45)
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Cerca de 1,8 milhão de muçulmanos de 189 países chegaram neste domingo ao Monte Arafat, a 22 quilômetros da cidade sagrada de Meca, na Arábia Saudita, onde permanecerão rezando para completar o principal rito da peregrinação, a Waqfa.

No local, o profeta Maomé fez seu discurso de despedida durante seu último hajj, o nome dado à peregrinação, no ano de 632.

"A segurança dos locais santos e os peregrinos é uma linha vermelha que não se pode ultrapassar com palavras de ordem sectárias", disse o xeque Abdelrahman al Sudais, um dos imãs mais importantes da Grande Mesquita de Meca.

Foto: EFE

Al Sudais substituiu o mufti Abdul Aziz al Sheikh, a maior autoridade religiosa islâmica do país, cuja ausência não foi justificada oficialmente, mas que se atribuiu a motivos de saúde.

Durante seu discurso, um dos mais importantes pelo fato de coincidir com o principal momento do hajj, Al Sudais afirmou que a "nação islâmica atravessa uma etapa que requer solidariedade e coordenação nas posturas para enfrentar os desafios".

Por isso, alertou sobre o perigo da divisão e das divergências entre os diferentes grupos políticos ou ramificações do islã, como o sunismo e o xiismo. O xeque também se referiu ao terrorismo, uma "praga que reina em todos os lugares e não pode ser atribuída a uma nação específica".

Em uma tentativa de diminuir a tensão sectária que cresceu nos dias anteriores à peregrinação após acusações trocadas entre a Arábia Saudita e o Irã, o Ministério de Assuntos Islâmicos do governo saudita distribuiu 259 clérigos voluntários entre os acampamentos dos peregrinos.

Foto: EFE

As autoridades iranianas, de credo xiita, por sua vez, declararam que os sauditas não deveriam se encarregar da organização da peregrinação. O mufti da Arábia Saudita, de maioria sunita, respondeu afirmando que os iranianos não são muçulmanos.

No início da noite os peregrinos deixaram Arafat e se dirigirão à região de Muzdalifah, onde passarão a noite, para se preparar para a oração do primeiro dia do Eid al Adha (Festa do Sacrifício).

Depois retornarão a Mina, onde completarão com o rito do "apedrejamento do diabo", que consiste em lançar sete pedras em cada um dos pilares que representam as aparições do demônio a Abraão, dando fim às cerimônias do hajj.

Dadas as altas temperaturas, que este ano chegam aos 40 graus, as autoridades desenvolveram vários projetos para tentar reduzir os efeitos do calor sobre os peregrinos. Um deles é a instalação de torres com ventiladores onde os ritos são praticados.

Outra medida implementada há alguns anos foi o plantio de 300 mil árvores em distintas regiões, entre elas Arafat, para oferecer alguma sombra para os peregrinos que anualmente vão a Meca.

A Defesa Civil da Arábia Saudita enviou 2 mil funcionários para o Monte Arafat hoje para atender a emergência. Além disso, para facilitar o deslocamento dos fiéis, foram disponibilizados 17 trens com capacidade para 3.500 passageiros.

Cada um deles, com cerca de 300 metros de comprimento, pode transferir por hora até 72 mil peregrinos. Com a mudança, 12 mil ônibus antes usados nesta função não foram mais necessários.

Enquanto os peregrinos rezam no Monte Arafat, as autoridades aproveitam o vazio no pátio da Grande Mesquita de Meca, que abriga a Caaba, para mudar o manto negro que cobre o momento. O objeto, chamado de "kiswa", custou neste ano US$ 5,9 milhões.

Após completar os ritos do hajj, os peregrinos voltarão à Grande Mesquita de Meca para dar sete voltas em torno da Caaba.

EFE   
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