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ONU Mulheres critica redes de poder pode serem masculinas e pede atuação

7 nov 2016 - 11h33
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A diretora regional da ONU Mulheres para as Américas e o Caribe, Luiza Carvalho, disse que na América Latina e Europa "as redes de poder são ainda muito masculinas", por isso que pediu às mulheres que façam parte desse poder para conseguir a paridade.

Luiza, que é brasileira, está em Salamanca (Espanha), onde assinou um convênio de parceria com a universidade da cidade (Usal) e concedeu uma entrevista à Agência Efe.

"É dramático que na América Latina tínhamos antes cinco chefas de Estado e agora só uma" (a chilena Michelle Bachelet), disse a responsável da ONU Mulheres, para quem também é "dramático" que governos recém-nomeados, como os do Brasil e Espanha, "não sejam paritários".

Perante esta situação, Luiza Carvalho questiona. "Qual mensagem está lançando um país quando está tomando uma opção como esta?".

A resposta é que "ou não acredita na paridade ou não avalia a contribuição da mulher a um país".

Por isso, explicou que "a Lei de cotas é boa para começar" e embora afirme que "não nega sua validade", o que desde ONU Mulheres se pretende "de fato é a paridade", para que "a democracia seja boa tanto para os homens como para mulheres".

A diretora regional de ONU Mulheres para as Américas e o Caribe, convidada à Espanha pela Associação de Municipalistas e de Gênero (Amuger), também vai dividir uma conferência na Universidade de Salamanca sobre "O desafio da igualdade essencial na América Latina e no Caribe" e apresentará a "Norma Marco para Consolidar a Democracia Paritária".

Tudo isso, na opinião de Luiza, com o objetivo de buscar "uma troca, uma aliança, com uma universidade para fortalecer mais as questões ideológicas sobre gênero", tanto na "política, como na economia e no judiciário".

Na busca por uma paridade tanto social como política, a ONU Mulheres trabalha na América Latina com o objetivo que foi considerado por Luiza como "utopia", embora mostre confiança de que "vai ser possível chegar à paridade".

Ao mesmo tempo reconhece sua "preocupação" porque "há uma alta participação em cargos legislativos, mas muito baixa em Prefeituras".

"Estamos observando um crescimento da violência política no momento no qual as mulheres tentam chegar à política em lugares remotos, afastados das capitais. Estão ocorrendo muitas denúncias, muitas reivindicações porque estão sentindo uma pressão muito grande por parte dos prefeitos", alerta.

Para conseguir melhores cotas de paridade na política da América Latina, Luiza Carvalho vê como "fundamental" o papel dos tribunais eleitorais e ressalta o problema da mulher para chegar à política, à qual desembarca "de forma muito diferente dos homens".

Estas diferenças também são evidenciadas na própria organização das Nações Unidas, onde elegeu António Guterres como secretário-geral em uma seleção na qual chegou a ter cinco mulheres candidatas.

"Os homens e mulheres chegam à ONU de forma muito diferenciada. A forma de subir também é muito diferente", segundo Luiza Carvalho, que, no entanto, lembra que Guterres "já demonstrou um grande interesse por conseguir a paridade de gênero".

EFE   
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