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Mundo

Otan não prevê intervenção na Líbia mas cogita "eventualidade"

3 mar 2011 - 07h11
(atualizado às 08h15)
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A Otan não tem nenhuma intenção de intervir na Líbia, mas suas autoridades militares se preparam para qualquer eventualidade, afirmou nesta quinta-feira o secretário-geral da Aliança Atlântica, Anders Fogh Rasmussen.

info infográfico líbia infromações sobre o país
info infográfico líbia infromações sobre o país
Foto: AFP

"A organização não tem nenhuma intenção de intervir, mas estamos nos preparando para qualquer eventualidade", declarou Rasmussen em Bruxelas.

O secretário-geral afirmou ainda que a Otan "acompanha de perto a situação" e leva em consideração o pedido dos opositores ao regime líbio de Muammar Kadafi de uma intervenção aérea estrangeira, mas também destacou que a resolução da ONU sobre a situação na Líbia não inclui o recurso à força.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta do que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que Força Aérea líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.

Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renuncioue pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbiostambém pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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