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África

Forças de Kadafi bombardeiam Brega, controlada pela oposição

3 mar 2011 - 06h20
(atualizado às 06h56)
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Aviões de guerra bombardearam nesta quinta-feira a estratégica cidade líbia de Brega (leste), que está sob controle da oposição, um dia depois dos confrontos entre insurgentes e forças leais a Muammar Kadafi que deixaram 12 mortos.

Rebeldes seguiram nesta quinta-feira para Brega para reforçar as posições já prevendo um eventual ataque das forças leais ao coronel Kadafi. "Há aproximadamente duas horas, aviões de guerra lançaram uma bomba na área entre a companhia de petróleo e a zona residencial", declarou Fattah al-Moghrabi, funcionário do hospital de Brega.

De acordo com Moghrabi, 12 pessoas morreram na quarta-feira em Brega nos violentos combates entre os insurgentes e as forças leais ao regime, apoiadas pela aviação e com artilharia pesada.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que aeronáutica líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.

Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renuncioue pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbiostambém pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.

info infográfico líbia infromações sobre o país
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Foto: AFP
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