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Estados Unidos

EUA: usina de urânio norte-coreana "confirma piores suspeitas"

22 nov 2010 - 23h12
(atualizado às 23h42)
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Ligia Hougland
Direto de Washington

A descoberta de que a Coreia do Norte possui uma sofisticada usina de urânio, com cerca de duas mil centrífugas, confirma suspeitas lançadas anteriormente pelos Estados Unidos. "Este desenvolvimento confirmou nossas piores suspeitas", disse nesta segunda-feira durante entrevista à imprensa, em Washington, o embaixador Sung Kim, representante dos EUA no Diálogo de Seis Partes (grupo que negocia o desarmamento nuclear da Coreia do Norte, composto pelos EUA, Coreia do Sul, Rússia, China, Japão e Coreia do Norte).

O New York Times informou no sábado que a Coreia do Norte fez o cientista americano Siegfrieg Hecker percorrer uma nova e ampla usina de enriquecimento de urânio, segundo Hecker. Este programa viola uma resolução da ONU e um acordo de 2005, no âmbito das negociações entre as seis partes, que sugerem que a Coreia do Norte abandone suas ambições nucleares em troca de uma ajuda energética importante.

Segundo o embaixador, o governo americano já há algum tempo monitorava de perto a instalação, mas não sabia o que exatamente ela abrigava. "O mundo está mais perigoso", disse Victor Cha, conselheiro sênior especialista em Coreia do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais, instituição sediada em Washington, que organizou um painel realizado nesta segunda-feira sobre o futuro da Coreia do Norte.

"Como a instalação é tão altamente sofisticada, há motivos para suspeitar que existam outras do tipo espalhadas pelo país", disse Cha. O embaixador Sung Kim afirmou que os EUA esperam que a China use mais sua influência sobre a Coreia do Norte a fim de que o programa nuclear seja interrompido. Mas há indícios de que materiais para o desenvolvimento de usinas nucleares como a que foi recentemente revelada possam vir da China. "Estamos monitorando de perto as remessas da China para a Coreia do Norte", afirmou o diplomata.

Segundo o chanceler, Washington acredita que a instalação tenha começado a ser construída em 2009, mas há suspeitas de que as atividades relacionadas à sua construção tenham começado muito antes disso. Quanto à motivação para revelar a instalação, os especialistas acreditam que o governo do país ao leste da Ásia possa estar querendo mostrar ao resto do mundo que são um Estado com armas nucleares e que seu programa é irreversível.

"É um cenário pessimista, as opções para lidar com isso são ruim, pior e pior ainda. O processo de negociação foi quebrado e, francamente, não vejo uma solução militar viável", disse Cha.

Fonte: Especial para Terra
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