Premiê belga é escolhido 1º presidente da União Europeia
O primeiro-ministro belga, Herman Van Rompuy, foi escolhido para ser o primeiro presidente da União Europeia, nesta quinta-feira. A chefia da diplomacia foi entregue à britânica Catherine Ashton.
Herman Van Rompuy considerou na noite desta quinta-feira, depois de designado, que a Europa deve desempenhar "um papel importante" no mundo, e se mostrou a favor de dar continuidade à ampliação da UE. "A Europa é uma união de valores e tem a responsabilidade de desempenhar um papel significativo no mundo", declarou durante entrevista à imprensa, após a nomeação pelos chefes de Estado e de governo europeus, em Bruxelas.
Afirmou querer manter-se "discreto" no novo posto, e não multiplicar entrevistas à imprensa. Van Rompuy, que assumirá no dia 1º de janeiro, insistiu em defender a ampliação da União Europeia a novos países nos próximos anos, "desde que preencham os critérios" exigidos. (Uma maneira de responder aos que o acusam de se opor à entrada da Turquia na UE.
Em 2004, quando ainda não estava no governo em seu país, havia se pronunciado claramente contra uma adesão da Turquia. O texto foi reproduzido durante a semana pela imprensa britânica para criticá-lo. O Reino Unido apoia a candidatura da Turquia.
Um ilustre desconhecido
O primeiro-ministro belga, Herman Van Rompuy, eleito nesta quinta-feira primeiro presidente da União Europeia (UE), é um homem cuja característica de se ater a compromissos é aplaudida na Bélgica, mas não passa de um ilustre desconhecido além de suas fronteiras.
Democrata-cristão de origem flamenga, Van Rompuy, 62 anos, chegou à frente do governo belga em 2008, após a demissão de seu colega de partido Yves Leterme, manchado por um escândalo político-financeiro.
Em 11 meses no poder, este ex-ministro do Orçamento de aparência austera e olhar inteligente conseguiu fazer funcionar o governo federal, fragmentado durante quase dois anos de incessantes divergências sobre o futuro do país, dividido entre flamengos que falam holandês e valões francófonos.
O "método" Van Rompuy, que parece ter seduzido seus colegas da UE, consiste em saber ouvir seus interlocutores antes de lhes oferecer um compromisso, recorrendo à determinação e à firmeza se necessário. Este intelectual poliglota é um fã declarado dos 'haikus' pequenos poemas de inspiração japonesa, e não hesita em tentar amenizar o clima das reuniões mais tensas com pausas literárias.
Comandando o governo, Van Rompuy exerceu inquestionável liderança para a maioria de seus compatriotas, arrancando complicados acordos sobre normas de asilo e energia nuclear, por exemplo.
Com informações da AFP.