Bombardeio mata 64 em hospital do Sri Lanka, dizem médicos
Um bombardeio a um hospital no último reduto mantido pelos rebeldes do grupo Tigres Tâmeis no Sri Lanka matou 64 pessoas e deixou mais de 85 feridos neste sábado, de acordo com médicos que trabalham na área. Os médicos enviaram à BBC por e-mail fotos que, supostamente, mostram os estragos causados no hospital em Mullivaikal. Eles dizem que o ataque foi realizado por forças do governo. O Exército, contudo, nega ter bombardeado o hospital e diz que os rebeldes do grupo Tigres Tâmeis realizaram oito atentados suicidas em dois dias.
Outro médico operando na área disse que 27 pessoas morreram na sexta-feira, por causa de pesado bombardeio. Um porta-voz do Exército do Sri Lanka, brigadeiro Udaya Nanayakkara, disse que os soldados ouviram explosões na área, mas não lançaram nenhum foguete. Segundo o porta-voz, a força não vem usando armamento pesado desde segunda-feira, seguindo a um anúncio do governo.
O hospital fica dentro do que as autoridades designaram como zona segura para a proteção de civis. O Ministério da Defesa do Sri Lanka colocou em seu web site imagens de vídeo que, afirma, mostram os rebeldes movendo artilharia pela zona que controlam.
O correspondente da BBC na capital cingalesa, Colombo, Charles Haviland, disse que não é possível conseguir uma confirmação independente da autoria de ataques. O governo proibiu a entrada de jornalistas na área.
Os rebeldes estão cercados por tropas em uma área de 12 km quadrados. Segundo as Nações Unidas, cerca de 160 mil civis conseguiram fugir da região, mas cerca de 50 mil permanecem presos entre o conflito.