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Morte de menina isolada durante menstruação gera debate sobre prática polêmica proibida pelo Nepal

21 dez 2016 - 09h42
(atualizado às 11h22)
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A polícia do Nepal está investigando a morte de uma adolescente de 15 anos que foi obrigada a ficar em um barraco mal ventilado porque estava menstruando.

Roshani Tiruwa morreu sufocada após acender uma fogueira para se manter aquecida. Seu corpo foi achado por seu pai dentro da construção precária, feita com pedras e lama, no vilarejo de Gajra, a 440 km da capital Katmandu.

Roshani Tiruwa morreu sufocada após acender uma fogueira para se manter aquecida. Seu corpo foi achado por seu pai dentro da construção precária, feita com pedras e lama, no vilarejo de Gajra, a 440 km da capital Katmandu.​
Roshani Tiruwa morreu sufocada após acender uma fogueira para se manter aquecida. Seu corpo foi achado por seu pai dentro da construção precária, feita com pedras e lama, no vilarejo de Gajra, a 440 km da capital Katmandu.​
Foto: Gideon Mendel/Christian Aid / BBCBrasil.com

Segundo uma antiga tradição social hindu conhecida como chhaupadi, mulheres que estão menstruando ou que acabaram de dar à luz são proibidas de participar de atividades normais familiares por serem vistas como "impuras".

Acredita-se que as mulheres nessa situação precisam ser isoladas e se manter reclusas, para evitar que a comunidade local sofra com má sorte e eventos adversos - como um desastre natural.

Há regras sobre onde a jovem ou mulher pode dormir, quem ela pode ver, onde pode ir e quem pode tocar. Elas também têm sua alimentação limitada e são proibidas de beber leite.

Em muitos casos, os barracos para onde são banidas são compartilhados com o gado e seus excrementos e, às vezes, ficam longe dos vilarejos.

Esses locais podem ficar bastante frios durante o inverno ou sufocantes no verão. Uma das eventuais consequências para mulheres submetidas a essas condições é o desenvolvimento de doenças mentais e físicas.

A prática foi vetada pelo governo nepalês em 2005, mas se mantém em zonas rurais remotas da parte oriental do país.

Críticos ao governo reclamam da falta de ação para erradicar a prática e para prevenir o casamento infantil.

Mas as autoridades argumentam que é difícil conter esses abusos por estarem tão enraizados na cultura local.

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