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'Moderado', 'otimista' ou 'sem graça'? Clinton aposta em vice para atrair republicanos insatisfeitos com Donald Trump

23 jul 2016 - 07h31
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Clinton diz que buscou alguém com quem possa trabalhar junto pelos próximos quatro ou oito anos
Clinton diz que buscou alguém com quem possa trabalhar junto pelos próximos quatro ou oito anos
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Uma "escolha segura", mas que agrega pouca energia à chapa democrata nas eleições presidenciais americanas.

Essas são algumas das descrições sobre o senador moderado Tim Kaine, da Virgínia, escolhido como vice de Hillary Clinton para concorrer à Casa Branca nas eleições de novembro próximo. A indicação deve ser oficializada neste sábado.

Kaine governou e hoje representa a Virgínia, um estado que Clinton e seu rival republicano, Donald Trump, devem dedicar boa parte de seus esforços para ganhar. Tradicionalmente conservador, o Estado votou em Barack Obama tanto em 2008 quanto em 2012.

Fluente em espanhol, o vice de Hillary é uma aposta para tentar levar o voto hispânico, fiel da balança na vitória democrata nas eleições de quatro anos atrás.

A escolha contrasta com o discurso anti-imigração de Trump, que comparou os imigrantes mexicanos a estupradores e promete forçar o vizinho a pagar por um muro na fronteira.

Clinton disse que Tim Kaine agrega otimismo à campanha, uma qualidade no contexto de eleições que alguns analistas esperam ser a mais suja dos últimos tempos, principalmente por causa da retórica inflamatória de Trump.

Vulnerabilidade

Porém, analistas avaliam que a previsibilidade de Kaine também pode ser uma vulnerabilidade. "Existe o risco de que a chapa presidencial pareça sem graça", disse a correspondente da BBC em Washington Kim Gattas.

Kaine, um político experience de 58 anos, foi um dos finalistas na escolha do vice de Obama em 2008 e nunca perdeu uma eleição.

Descreve-se como contrário ao aborto - um tema palpitante na agenda civil americana -, mas favorável a que mulheres tenham acesso ao procedimento legal e seguro.

Kaine também é abertamente favorável a acordos de livre-comércio, posição que desagrada a esquerda do partido.

Ao decidir por Kaine, Clinton disse que se guiou pelo objetivo de encontrar alguém com quem ela se sinta confortável de trabalhar pelos próximos quatro ou até oito anos.

Mas, para Kim Gattas, Clinton calcula que a indicação lhe aproximará de eleitores independentes ou mesmo republicanos moderados insatisfeitos com Donald Trump.

Sua opção preteriu nomes mais à esquerda, como a senadora do Estado de Massachusetts Elizabeth Warren e o senador afroamericano Cory Booker, de New Jersey.

Em uma mensagem aos seus partidários, Donald Trump descreveu a chapa Clinton-Kaine como exemplo maior do establishment político de Washington.

Ele repetiu o mantra de que Clinton não representa nenhuma novidade em relação ao atual governo, e pediu aos eleitores que "não deixem Obama ganhar um terceiro mandato".

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