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Militares brasileiros tentam abrir estradas para chegar a cidades isoladas por furacão no Haiti

6 out 2016 - 21h12
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Fuzileiros navais tentam reabrir estradas para chegar a cidades isoladas no sul do Haiti
Fuzileiros navais tentam reabrir estradas para chegar a cidades isoladas no sul do Haiti
Foto: Minustah / BBC News Brasil

O vento de cerca de 230 km/h provocado pelo furacão Mathew derrubou árvores, barrancos e pontes - além de destruir milhares de casas no Haiti. Desde a passagem do furacão pelo país na última terça-feira, militares do Brasil estão tentando reabrir as principais estradas das províncias do sul para facilitar o acesso de equipes de resgate e caminhões carregados de mantimentos e remédios.

Segundo o governo haitiano ao menos 264 pessoas morreram. Porém, segundo o Ministério do Interior do Haiti, esse número é provisório, pois ainda não foram contabilizados todos os números das províncias do sul.

O furacão Mathew foi classificado como categoria quatro, em uma escala que vai até cinco, quando atingiu o Haiti.

Jeanne, o último grande furacão que devastou o país, em 2004, era um pouco mais fraco: tinha categoria 3. Mesmo assim, deixou aproximadamente 3 mil mortos - a maioria na cidade do Gonaives, no norte. Mais de três meses após a tragédia, corpos ainda eram encontrados. As tropas do Brasil já estavam no Haiti na época e participaram do socorro a Gonaives.

Queda de ponte próximo a Petit-Goave isolou diversas cidades
Queda de ponte próximo a Petit-Goave isolou diversas cidades
Foto: Minustah / BBC News Brasil
Fuzileiros foram posicionados em Miragoane, no sul, antes da passagem do furacão Mathew
Fuzileiros foram posicionados em Miragoane, no sul, antes da passagem do furacão Mathew
Foto: Minustah / BBC News Brasil

A região mais afetada do Haiti dessa vez foi a península de Tiburon, no sul. Ao menos 50 dos mortos foram registrados só na cidade de Roche-a-Bateau, que fica naquela região.

Forças da ONU dizem acreditar que uma das regiões atingidas com maior gravidade tenha sido a da cidade de Jeremie - que tem 30 mil habitantes e permanecia isolada até a noite desta quinta-feira. Acredita-se que 80% das construções da cidade foram destruídas.

Segundo a equipe do comandante das forças da ONU no Haiti, o general Ajax Porto Pinheiro, uma tropa de fuzileiros navais e engenheiros do Brasil foi posicionada, antes da chegada do furacão, na cidade de Miragoane, na região sul. Além de militares armados, a unidade possui máquinas pesadas para a desobstrução de vias.

Isso permitiu que os militares começassem quase imediatamente a reabrir as estradas e prestar ajuda emegencial após a passagem do furacão.

Entre terça-feira e quinta-feira, eles conseguiram abrir caminho até Les Cayes, uma das maiores cidades do sul. O objetivo deles é chegar até Jeremie, mas diversos obstáculos entre as duas cidades (em Camp-Perrin) ainda matém a região isolada.

Com uma melhora no clima, uma tropa brasileira transportada por helicópteros deve chegar a Jeremie na manhã de sexta-feira, com a missão de evitar distúrbios civis e garantir a segurança de equipes de ajuda humanitária que chegarão à cidade assim que a estrada for reaberta.

Abertura de estradas deve facilitar entrega de comida e remédios em cidades no sul do Haiti
Abertura de estradas deve facilitar entrega de comida e remédios em cidades no sul do Haiti
Foto: Minustah / BBC News Brasil

Cólera

Enquanto os militares brasileiros tentam reabrir estradas e garantir que as equipes de ajuda humanitária trabalhem em segurança, médicos de organizações internacionais estão chegando de helicóptero às áreas mais afetadas.

Mas, além de socorrer os feridos, há uma preocupação com o cenário pós-furacão.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Panamericana de Saúde estão prevendo o resurgimento de uma epidemia de cólera no Haiti após a passagem do Mathew.

O país já havia registrado 28 mil casos em 2016 só antes da passagem do furacão.

Algumas das cidades mais atingidas foram Jeremie e Les Cayes
Algumas das cidades mais atingidas foram Jeremie e Les Cayes
Foto: Minustah / BBC News Brasil

A OMS afirmou que já enviou epidemiologistas para a região e acompanha a situação de perto. Após o terremoto de 2010, foram registardos 790 mil casos de cólera no país, que resultaram em mais de 9.300 mortes.

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