Guerra do Iraque - 10anos - A guerra baseada em uma mentira

É preciso impedir que o Iraque empregue armas de destruição em massa. Com esse argumento, uma coalizão liderada pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, e da qual faziam parte outros 44 países - mas sem o apoio de todos os membros do Conselho de Segurança da ONU -, iniciou a ofensiva contra o regime iraquiano de Saddam Hussein em 20 de março de 2003.

Os combates formais, de Exército contra Exército, duraram cerca de 40 dias. A temida Guarda Republicana do Iraque, linha de frente e supostamente altamente treinada, revelou-se uma força muito aquém dos fuzileiros navais americanos e, em 1º de maio, o então presidente americano George W. Bush anunciava que a missão das tropas de seu país no Iraque estava cumprida. Um discurso que entrou para a história da ignomínia.

A guerra não acabara ali. Na verdade, ela mal tinha começado. As batalhas deram origem à insurgência. A ocupação deu origem a um governo iraquiano que nasceu lutando por legitimidade e governabilidade, e segue lutando.

Nos oito anos que sucederam à invasão, atentados, carros-bombas, suicidas, tornaram-se rotina de Basra a Mosul, do sul ao norte do país. Xiitas substituíram os sunitas, poderosos sob Saddam, no comando do país. O ódio sectário cresceu.

Em dezembro de 2011, a guerra oficialmente chegava ao fim. O grande conserto mundial para levar a democracia ao Iraque ainda não tinha alcançado seu objetivo quando os Estados Unidos decidiram por fim ao trilionário esforço militar. O forte cheiro de petróleo sentido durante a invasão talvez indique que o alvo nunca tenha sido esse.