Zelaya completa 1 mês abrigado em embaixada brasileira
Nesta quarta-feira completa um mês desde que o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, está abrigado na embaixada brasileira em Tegucigalpa. Ele chegou ao local no dia 21 de setembro com o objetivo de acelerar o processo para o seu retorno ao poder. No entanto, passados 30 dias, o caso segue sem solução.
Nos últimos dias, negociadores das comitivas de Zelaya e Micheletti chegaram a divulgar que estariam muito próximos de um acordo. Porém, não houve consenso sobre a reintegração de Zelaya ao posto de presidente e as conversas foram paralisadas.
Neste período, Zelaya acusou Micheletti de criar obstáculos ao diálogo ao colocar em prática "manobras ditatoriais, além de propostas inadmissíveis e provocativas". Segundo a proposta de Micheletti, a mesa de diálogo deveria decidir sobre a restituição do deposto líder com base em relatórios da Corte Suprema de Justiça e do Congresso Nacional a respeito de suas atuações relacionadas à deposição de Zelaya.
Na embaixada, além de Zelaya, estão cinquenta pessoas, entre aliados do presidente deposto, poucos jornalistas e um diplomata do Itamaraty. Quem está lá dentro conta que, durante a madrugada, os militares ligam holofotes e põem para tocar músicas, incluindo o Hino das Forças Armadas de Honduras.
Em frente ao prédio, também instalaram uma plataforma para ver o que se passa no primeiro andar da embaixada. Segundo os abrigados, a tentativa é de criar uma espécie de pressão psicológica para que eles durmam pouco ou mal e desistam de ficar no prédio.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, José Miguel Insulza, disse que está preocupado com o que chamou de aumento da hostilidade contra as pessoas que estão na Embaixada. O atendimento ao público está suspenso, mas casos de emergência estão sendo resolvidos por um encarregado de negócios fora do prédio.
Com informações da EFE e Agência Brasil.