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Europa

Suécia vê como passo "positivo" que haja uma data para interrogar Assange

14 set 2016 - 11h08
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A Promotoria sueca rotulou nesta quarta-feira de passo "positivo" que o Equador tenha fixado uma data para o interrogatório do fundador do portal Wikileaks, Julian Assange, em sua embaixada em Londres, que é investigado por um caso de estupro na Suécia.

O promotor equatoriano Wilson Toainga dirigirá em 17 de outubro o interrogatório ao jornalista australiano, refugiado há quatro anos na legação diplomática equatoriana, seguindo as perguntas enviadas pelo Ministério da Justiça sueco e na presença de só um promotor e um policial suecos, segundo informou ontem Quito.

"É positivo que a investigação possa avançar para frente", afirmou em um breve comunicado a Procuradora-Geral da Suécia, Marianne Ny, à frente da investigação.

Segundo o acordo de assistência legal em matéria penal assinado em dezembro por Suécia e Equador, será este último país o que depois fará o relatório dos resultados.

"Quando isso ocorrer, a procuradora (sueca) se posicionará sobre o desenvolvimento da investigação", informou a Procuradoria sueca.

Ny tinha se queixado na semana passada que o Equador não lhe tinha comunicado nem a data e nem os detalhes do interrogatório apesar de mais de um mês antes Quito ter aceitado fazer o questionário em sua embaixada.

A procuradora tinha se oposto até há ano e meio a interrogar Assange fora da Suécia, mas mudou de ideia pela possibilidade de que prescrevessem três dos quatro crimes sexuais dos quais era suspeito, como assim ocorreu.

A Corte de Apelação de Svea (Estocolmo) decidirá nesta sexta-feira sobre o recurso de Assange à decisão de um tribunal de primeira instância, que manteve a ordem de detenção ditada em 2010 porque o jornalista continua sendo suspeito de estupro em grau menor e há risco de querer evitar o julgamento ou uma hipotética pena.

O pedido de Assange aconteceu depois que o Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias da ONU concluiu que sua detenção era ilegal e pediu ao Reino Unido e Suécia o fim do mesmo.

O tribunal de primeira instância não considerou sua estadia na embaixada uma forma de detenção, da mesma forma que sustentam Londres e Estocolmo, que estimam que a decisão do painel nem é vinculativa e nem afeta o processo.

Assange se refugiou na legação equatoriana ao término de um longo processo legal no Reino Unido, que decidiu a favor de sua entrega a Suécia, para evitar ser enviado depois aos Estados Unidos, onde poderia enfrentar um julgamento militar pelos segredos sobre a segurança americana revelados pelo Wikileaks.

EFE   
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