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Europa

Premiê francês acusa Le Pen de "instrumentalizar" atentado em Paris

21 abr 2017 - 10h11
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O primeiro-ministro da França, Bernard Cazeneuve, respondeu nesta sexta-feira às críticas da candidata de extrema-direita para as eleições presidenciais, Marine Le Pen, e a acusou de tentar "instrumentalizar" em seu favor o atentado de ontem à noite em Paris.

Em uma declaração no Palácio de Matignon, a sede da chefia de governo, o socialista Cazeneuve também respondeu declarações do candidato conservador, François Fillon, a quem repreendeu por não ter conseguido avanços na luta antiterrorista quando foi premiê entre 2007 e 2012, durante a presidência de Nicolas Sarkozy.

A França, que realiza eleições presidenciais em dois dias, continua comovida pelo ataque de ontem à noite na avenida Champs-Elysées em Paris, no qual morreu um policial e cuja autoria foi reivindicada pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

Cazeneuve, que já tinha dado explicações sobre o atentado ao término do Conselho de Defesa na manhã de hoje, voltou a responder várias críticas feitas por Le Pen e Fillon, que consideram que o governo não fez o suficiente para a luta contra o terrorismo.

"Este ataque é um drama e Le Pen tentou lamentavelmente tirar proveito eleitoral em detrimento da verdade", acusou o premiê francês, que rebateu, uma a uma, as investidas da candidata da extrema-direita.

O chefe de governo lembrou que 117 estrangeiros suspeitos de relação com terrorismo já foram expulsos do país e denunciou que Le Pen demonstrou "desconhecimento dos dispositivos terroristas" depois que a candidata afirmou que seria necessário expulsar os estrangeiros monitorados pelo serviço secreto por radicalismo, retirar a nacionalidade francesa dos que têm dupla nacionalidade e que aqueles que são apenas francesas fossem detidos sob a acusação de "adesão a uma ideologia do inimigo".

"(Le Pen) procura, como sempre faz após cada drama, aproveitar-se para instrumentalizar e dividir. Procura explodir, sem nenhuma vergonha, o medo e a emoção com fins exclusivamente políticos", comentou Cazeneuve sobre a candidata, que pediu hoje que as fronteiras nacionais fossem restauradas "imediatamente".

Cazeneuve também repreendeu Fillon, ao lembrar que o político conservador acabou com 13 mil postos nas forças de segurança quando dirigiu o governo.

O premiê francês destacou que foi durante os governos socialistas que as fronteiras externas da União Europeia foram reforçadas, em alusão às propostas do candidato conservador, que hoje pediu a uma renegociação do Tratado de Schengen, que prevê a abertura das fronteiras e a livre circulação de pessoas entre os países signatários.

EFE   
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