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Europa

Oposição turca denuncia manipulação no referendo e pedirá recontagem

16 abr 2017 - 15h35
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A oposição da Turquia pedirá uma recontagem parcial das papeletas do referendo, no qual teria vencido o apoio à reforma presidencialista, e denunciou manipulações na consulta popular.

O "sim" ao sistema presidencialista para dar mais poder ao chefe de Estado, o islamita Recep Tayyip Erdogan, venceu o referendo realizado neste domingo na Turquia com 51,3% dos votos, no momento em que 98% das urnas já foram apuradas.

No entanto, o Partido Republicano do Povo (CHP), o maior da oposição, que fez campanha contra a reforma, denunciou que a Junta Suprema Eleitoral teria beneficiado o "sim" na contagem.

Nesse sentido, Erdal Aksünger, um porta-voz do CHP, declarou à imprensa que seu partido impugnará 37% das urnas apuradas, porque há "muita manipulação", e pedirá a recontagem desses votos.

Uma das maiores preocupações da oposição é o comunicado da Junta Suprema Eleitoral que hoje permitiu considerar válidas na contagem papeletas não previamente seladas pela equipe da mesa eleitoral, o que abre a porta, segundo consideram, para manipulações.

"Dizem que são válidas as papeletas e envelopes sem selo oficial. Isso é ilegal. Isso quer dizer que podem ser trazidos votos de fora", disse à imprensa o vice-presidente do CHP, Bülent Tezcan.

O "sim" venceu em Anatolia e na região do Mar Negro, redutos do governamental Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), enquanto o "não" se impõs em Istambul, na costa do Egeu, no Mediterrâneo e nas áreas em que se concentra a população curda.

O triunfo da reforma, que seria aplicada a partir de 2019, abriria o caminho para que Erdogan possa governar até 2029, ou, inclusive, até 2034.

Os defensores da reforma sustentam que esta daria estabilidade ao país e melhoraria o crescimento econômico e a segurança, enquanto a oposição teme que Turquia se converta em uma espécie de ditadura devido aos enormes poderes que seriam atribuídos ao presidente.

EFE   
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