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Europa

Oposição turca denuncia manipulação no referendo e pedirá recontagem

16 abr 2017 - 15h12
(atualizado às 16h24)
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A oposição da Turquia pedirá uma recontagem parcial das papeletas do referendo, no qual teria vencido o apoio à reforma presidencialista, e denunciou manipulações na consulta popular.

O "sim" ao sistema presidencialista para dar mais poder ao chefe de Estado, o islamita Recep Tayyip Erdogan, venceu o referendo realizado neste domingo na Turquia com 51,3% dos votos, no momento em que 98% das urnas já foram apuradas.

No entanto, o Partido Republicano do Povo (CHP), o maior da oposição, que fez campanha contra a reforma, denunciou que a Junta Suprema Eleitoral teria beneficiado o "sim" na contagem.

Nesse sentido, Erdal Aksünger, um porta-voz do CHP, declarou à imprensa que seu partido impugnará 37% das urnas apuradas, porque há "muita manipulação", e pedirá a recontagem desses votos.

"Desde a manhã determinamos que há cerca de 2,5 milhões de votos problemáticos", disse Aksünger.

O "sim" teria vencido no referendo por pouco menos de 1,3 milhão de votos, segundo a apuração.

Uma das maiores preocupações da oposição é o comunicado da Junta Suprema Eleitoral que hoje permitiu considerar válidas na contagem papeletas não previamente seladas pela equipe da mesa eleitoral, o que abre a porta, segundo consideram, para manipulações.

"Dizem que são válidas as papeletas e envelopes sem selo oficial. Isso é ilegal. Isso quer dizer que podem ser trazidos votos de fora", disse à imprensa o vice-presidente do CHP, Bülent Tezcan.

O pró-curdo Partido Democrático dos Povos (HDP, esquerda), terceira força no parlamento, também afirmou em uma mensagem no Twitter que impugnará dois terços dos votos apurados.

"Nossos dados indicam uma manipulação na categoria de 3% a 4%", indicou a legenda pró-curda na rede social.

O "sim" venceu em Anatolia e na região do Mar Negro, redutos do governamental Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), enquanto o "não" se impõs em Istambul, na costa do Egeu, no Mediterrâneo e nas áreas em que se concentra a população curda.

O triunfo da reforma, que seria aplicada a partir de 2019, abriria o caminho para que Erdogan possa governar até 2029, ou, inclusive, até 2034.

Os defensores da reforma sustentam que esta daria estabilidade ao país e melhoraria o crescimento econômico e a segurança, enquanto a oposição teme que Turquia se converta em uma espécie de ditadura devido aos enormes poderes que seriam atribuídos ao presidente.

EFE   
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