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Europa

O caso da mãe assassina que guardava oito cadáveres de bebês em casa

21 jul 2016 - 06h49
(atualizado às 07h52)
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Caso da mãe que matou os bebês chocou a Alemanha
Caso da mãe que matou os bebês chocou a Alemanha
Foto: iStock

Uma mulher foi condenada a 14 anos de prisão na Alemanha por ter matado quatro de seus recém-nascidos, um caso que veio à tona no ano passado e causou grande comoção no país.

Andrea G., de 45 anos, como a mãe foi identificada, foi declarada culpada por homicídio culposo (sem intenção de matar), segundo a mídia alemã.

Os corpos dos oito bebês foram encontrados embrulhados em toalhas e sacos de plástico no sótão e na sauna não utilizada de sua casa em Wallenfels, na Baviera, no ano passado.

No entanto, ela só foi indiciada pela morte de quatro deles. Outros três estavam em estado tão avançado de decomposição que não foi possível determinar se nasceram vivos. Um outro já nasceu morto.

Seu ex-marido, Johann G., de 55 anos, foi absolvido das acusações de negligência por não ter impedido as mortes.

Segundo a imprensa alemã, ele e outros familiares afirmaram que não repararam que Andrea estava grávida em todas as oito vezes. Ela teria constantes flutuações de peso e teria atribuído a produção de leite a hormônios para menopausa.

A promotoria pedia prisão perpétua, mas o juiz, Christoph Gillot, não concordou.

"Quando há um caso como este, muita gente pensa que sabe o que fazer, pois supõe que ela é uma 'mãe horrível' e que deve ser encarceirada por toda a vida", disse.

"Mas antes nós devemos entender seu comportamento. Isso não significa que o justifiquemos, mas que estamos tentando compreendê-la."

De acordo com a imprensa, o juiz decidiu que a acusação deveria ser de homicídio culposo, e não doloso (com intenção), como queria a promotoria, alegando que ela não havia matados os bebês em interesse próprio mas para "manter sua família intacta".

Andrea G. confessou sua participação na morte dos recém-nascidos em uma audiência prévia. Ela deu à luz desacompanhada.

Os bebês morreram entre 2003 e 2013. Quando se casaram, Andrea e Johann já tinham dois filhos cada um. Juntos, tiveram mais três filhos. Todos esses estão vivos.

Mas a partir da gravidez seguinte ela teria começado a matar os bebês, logo após o nascimento.

Especialistas que a examinaram disseram que ela não demonstrou sofrer de problemas psiocológicos, tampouco era dependente de álcool ou drogas.

Os promotores haviam acusado Andrea e Johann de "egoísmo, indiferença e insensibilidade" sobre os seguidos casos de gravidez.

Apesar de não quererem mais filhos, eles continuaram tendo relações sexuais sem anticoncepcional ou esterilização, disseram os promotores.

Esse não foi o primeiro caso do tipo a ter chocado a sociedade alemã.

Em maio de 2015, uma mulher foi condenada a 44 meses de prisão por matar dois de seus filhos e colocar os restos em um congelador, segundo a agência de notícias AFP.

Em outubro de 2013, foram encontrados os corpos de dois bebês na Baviera que estavam mortos desde a década de 1980.

E, em 2008, uma mulher foi considerada culpada de matar oito de seus recém-nascidos e ocultar seus corpos.

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