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Europa

Merkel convoca coletiva que pode apresentar candidatura

19 nov 2016 - 12h04
(atualizado às 12h35)
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Parte da classe política e da opinião pública na Alemanha dão como certos que a chanceler do país, Angela Merkel, da União Democrata-Cristã (CDU), será candidata à reeleição nas eleições de 2017, uma decisão que deve anunciar no domingo (20). A executiva da CDU se reúne amanhã em Brelim e cresce a expectativa para um anúncio de Merkel durante uma entrevista coletiva marcada para a tarde.

Angela Merkel
Angela Merkel
Foto: EFE

"Esperamos que Merkel diga no domingo o que todo o mundo já sabe: que será a candidata da CDU nas próximas eleições", afirmou neste sábado o líder do Partido Social-Democrata (SPD), Sigmar Gabriel, vice-chanceler da coalizão governista.

Em reunião do partido na cidade de Erfurt, Gabriel afirmou que o anúncio de Merkel não alterará os planos do SPD, que ainda não escolheu candidato nem determinou data para fazê-lo.

Com o ministro das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, eleito por consenso para assumir a presidência do país em fevereiro, desapareceu das apostas para liderar a lista do SPD um dos nomes com maior apoio popular dentro do partido.

Gabriel é a pessoa mais citada como possível rival de Merkel no pleito previsto para setembro do próximo ano, mas, em todas as análises políticas feitas no país aparece ao lado do nome do vice-chanceler o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz.

"É algo bom que o SPD disponha de distintas lideranças. Não é bom quanto tudo se resume a uma pessoa. Por isso, tomaremos uma boa decisão", disse a ministra da Família, Manuela Schewsig, também membro do partido, à emissora local "SWR".

Diante da incógnita, vários líderes conservadores demostraram publicamente apoio à continuidade de Merkel, que mantém a CDU à frente da SPD nas pesquisas, apesar do evidente desgate após 11 anos no poder e as críticas internas pela gestão da crise dos refugiados.

Há meses a chanceler reitera que anunciará sua decisão "no devido tempo" e a expectativa é que isso ocorresse em dezembro, durante o congresso do partido.

No entanto, a pressão cresceu com a vitória do republicano Donald Trump nos Estados Unidos, quando analistas e a imprensa internacional colocaram Merkel como a única opção sólida no incerto panorama internacional e europeu, marcado pelo auge populista.

Em entrevista coletiva concedida ontem ao lado do presidente do Governo da Espanha, Mariano Rajoy, Merkel se mostrou disposta a seguir como chanceler, mas ressaltou que uma única pessoa não pode resolver todos os problemas. Por isso, afirmou que, felizmentemente, há mais líderes que compartilham de seus princípios e valores.

Desde a explosão da crise dos refugiados em 2015, Merkel teve que lidar com uma infinidade de críticas, as mais duras procedentes do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD). Porém, muitos dos questionamentos vieram da ala bávara da coalizão, a União Social-Cristã (CSU), terceiro principal aliado do governo. A CSU, no entanto, ainda defende a sequência de Merkel apesar das diferenças, segundo fontes citadas pelo "Rheinischen Post".

EFE   
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