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Europa

Acnur: mais de 300 mil atravessaram o Mediterrâneo em 2016

20 set 2016 - 10h23
(atualizado às 11h00)
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Refugiados em barco no mar Mediterrâneo são resgatados pela Guarda Costeira Italiana
Refugiados em barco no mar Mediterrâneo são resgatados pela Guarda Costeira Italiana
Foto: EFE

Mais de 300 mil pessoas cruzaram o Mar Mediterrâneo e alcançaram o litoral europeu fugindo da violência e da fome em 2016, denunciou nesta terça-feira a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), que pediu que os processos de realocação sejam acelerados em todo o continente.

Apesar da magnitude do número, a Acnur lembrou que este é consideravelmente mais baixo que as 520 mil chegadas registradas nos mesmos nove meses de 2015, mas mais alto que as 216.054 que foram contabilizadas no mesmo período de 2014.

Mesmo com as chegadas ao continente europeu caindo 42%, o número de mortes na travessia do Mediterrâneo (3.211) é apenas 15% menor que o total de mortes em 2015, por isso a Acnur teme que, se esta tendência permanecer, 2016 se transformará no ano mais mortífero desde que se têm registros.

A grande diferença deste ano com relação ao anterior é a redução das chegadas à Grécia.

Em 2015, 385.069 pessoas alcançaram o litoral grego entre janeiro e setembro, enquanto este ano o número caiu 57%, para 165.750.

Isto se deve ao acordo entre União Europeia (UE) e Turquia, que freou consideravelmente as chegadas de refugiados sírios ao território europeu pela rota do Mediterrâneo Oriental (do litoral turco ao grego).

As pessoas que chegaram à Grécia durante este ano provinham de Síria (48%), Afeganistão (25%), Iraque (15%), Paquistão (4%) e Irã (3%).

Os números da Itália, por sua vez, permanecem muito similares, com 130.411 chegadas em 2016, comparadas às 132.071 de 2015.

No entanto, o número de solicitações de asilo apresentados na Itália dobrou este ano com relação ao mesmo período do ano anterior.

As pessoas que chegaram este ano à Itália procediam de Nigéria (20%) e Eritreia (12%), além de Gâmbia, Guiné, Sudão e Costa do Marfim, cada um destes com 7%.

Diante desta situação, a agência da ONU pediu mais uma vez à União Europeia que acelere os processos de registro dos recém-chegados e acelere os processos de realocação de Grécia e Itália para os outros países da UE.

Até o momento, apenas 5 mil solicitantes de asilo foram realocados de Grécia (3.791) e Itália (1.156), o que constitui apenas 3% da meta inicial da UE, lembrou a Acnur.

A entidade pediu medidas para que as pessoas que queiram deixar seus lares e emigrar para a União Europeia possam fazê-lo de forma legal, através de programas de bolsas de estudos, de realocação familiar, ou de reassentamento, que evitem que os mesmos decidam fazer a perigosa travessia do Mediterrâneo.

EFE   
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