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Europa

Governo britânico diz que Farage não desempenha "nenhum papel" diplomático

13 nov 2016 - 09h16
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O governo britânico afirmou neste domingo que o líder interino do partido eurofóbico UKIP, Nigel Farage, não desempenha "nenhum papel" na diplomacia oficial do Reino Unido, após ser o primeiro político britânico a se reunir com Donald Trump depois do magnata ter sido eleito presidente dos Estados Unidos.

O Downing Street, escritório oficial da primeira-ministra, Theresa May, "foi consistente ao dizer que Farage não desempenha nenhum papel" nas relações com os EUA, afirmou um porta-voz oficial da chefe de governo.

Durante o encontro de mais de uma hora na Trump Tower de Nova York, Farage transmitiu ao presidente eleito "a importância da relação anglo-americana", segundo detalhou um porta-voz do Partido pela Independência do Reino Unido (UKIP).

"Foi uma grande honra passar um tempo com Donald Trump. Estava relaxado e cheio de boas ideias. Confio que será um bom presidente", afirmou Farage aos veículos de imprensa americanos após a reunião com o magnata.

"Seu apoio à relação entre EUA e Reino Unido é muito sólido. Este é um homem com o qual podemos fazer negócios", disse o responsável da formação britânica, que somou cerca de 4 milhões de votos nas eleições de 2015 com uma mensagem contrária à União Europeia (UE) e à imigração.

Farage criticou que "a equipe de May tenha sido um pouco grosseira com Trump", por isso que a seus olhos "há algumas barreiras para reparar" nas relações diplomáticas.

O líder do UKIP fez esse comentário depois que nesta semana foi divulgado que alguns colaboradores de May lançaram mensagens críticas a Trump nas redes sociais antes de sua vitória eleitoral.

Fiona Hill, chefe de pessoal de Downing Street, tuitou em dezembro "Donald Trump is a chump" ("Donald Trump é um idiota"), enquanto seu adjunto, Nick Timothy, indicou dois meses antes que preferiria não ter "nenhum contato com Trump".

O governo britânico tem intenção de aproveitar a inexperiência e a personalidade do republicano para tentar influenciar nas relações com os Estados Unidos, segundo um telegrama secreto do embaixador britânico em Washington, Kim Darroch, revelado hoje pelo jornal "The Sunday Times".

O diplomata descreve Trump como um líder "aberto às influências externas" desde o Reino Unido e convida May a lançar uma campanha nesse sentido.

"O presidente eleito é perante todos um recém-chegado desconhecido. Seus pronunciamentos em campanha poderiam revelar seus instintos, mas com toda segurança evoluirá e estará particularmente aberto às influências externas se for tratado da forma adequada", afirma o embaixador.

A primeira-ministra manteve na quinta-feira uma conversa telefônica com Trump na qual ambos sublinharam a vigência da "relação especial" entre Londres e Washington.

A chamada criou certo mal-estar no Reino Unido, porque essa conversa com a chefe do governo britânico se antecipou a telefonemas a outros nove países -Egito, Irlanda, México, Israel, Turquia, Índia, Japão, Austrália e Coreia do Sul.

EFE   
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