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Europa

França determina fechamento de dezenas de lojas em Calais

12 out 2016 - 14h25
(atualizado às 16h39)
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O Conselho de Estado, o principal órgão da jurisdição administrativa na França, determinou nesta quarta-feira (12) o fechamento de 72 lojas instaladas no campo de Calais, onde milhares de imigrantes sobrevivem enquanto aguardam para atravessar clandestinamente ao Reino Unido ou para regularizar a sua situação na França.

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Foto: meshmerize / iStock

O órgão justificou a decisão, que anula a emitida em agosto pelo Tribunal Administrativo de Lille, ao afirmar que se trata de uma situação "ilegal" que gera riscos para "a ordem pública" e para a saúde. A sentença, que deve ser executada em caráter de urgência - em um prazo máximo de 48 horas a partir da notificação - chega em meio a rumores sobre a data de início da desmontagem completa do campo, que ONGs acreditam ser na próxima segunda-feira.

O Conselho de Estado ressaltou que nenhum dos estabelecimentos, entre eles restaurantes, bares e mercearias, estavam legalmente instalados, e considerou que nessas condições eles representam uma ameaça à saúde pelas "condições sanitárias perigosas" em que as comidas são preparadas. Além disso, a precariedade das construções, feitas com materiais inflamáveis e existência de bujões de gás agravam "o risco de incêndio" em uma área que abriga, pelo menos, 7 mil imigrantes.

A máxima autoridade da jurisdição administrativa alertou ainda que há "alguns" comércios que traficam e vendem instrumentos que "podem servir como armas e, portanto, favorecer as tensões e os comportamentos violentos na região".

Originalmente, Calais é uma cidade de pouco mais de 70 mil habitantes no extremo norte da França onde, há décadas, se concentram solicitantes de asilo e imigrantes que querem atravessar ao Reino Unido, do outro lado do Canal da Mancha. A população do acampamento, situado nos arredores, se multiplicou de 400 contabilizados em abril de 2014 para 6.900 registrados no último levantamento da Prefeitura no meio deste ano, enquanto ONGs estimem que a população chegue a ser de 12 mil.

Este número oficial de 6.900, o mais alto dos últimos anos, inclui 861 menores de idade. Os imigrantes são, em sua maioria, originais de países pobres e instáveis como Sudão, Afeganistão e Eritreia.

O governo francês, que ainda não informou uma data exata para o início da evacuação, informou que tomará a medida somente quando os atuais ocupantes do acampamento estiverem com uma vaga em um dos Centros de Amparo e Orientação (CAO) que existem por todo o país. No entanto, esta realocação enfrenta à oposição de vários prefeitos e dirigentes regionais de centro-direita e da extrema direita francesa, que alertam do risco que se proliferem situações como as que acontecem em Calais.

EFE   
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