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Europa

Espanha: sem-teto invadem imóvel e acham homem morto há anos

Espanhol morto em 2010 recebia aposentadoria e pagava aluguel e contas em dia

25 jun 2014 - 07h39
(atualizado às 07h44)
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<p>Sem-tetos forçaram a porta do apartamento de Hermosilla porque ele parecia vazio e abandonado</p>
Sem-tetos forçaram a porta do apartamento de Hermosilla porque ele parecia vazio e abandonado
Foto: Getty Images

Afastado da família por mais de três décadas, Ángel Oñate Hermosilla morreu sozinho dentro de casa, em Valladolid, cidade no noroeste da Espanha.

Quase quatro anos se passaram antes que o corpo fosse descoberto, quando uma família de sem-tetos forçou a porta de seu apartamento, que parecia vazio e abandonado.

O corpo, mumificado, estava na sala, ao lado de um pequeno aquecedor elétrico que permanecia ligado na tomada.

Na vizinhança, ninguém notou sua ausência. Oñate completaria 65 anos na quinta-feira.

Segundo a polícia, a data da morte é difícil de precisar. Estima-se que ele tenha morrido no inverno de 2010, teoria reforçada pelos calendários encontrados no apartamento.

Segundo o jornal El País, as últimas movimentações bancárias que realizou pessoalmente datam de dezembro daquele ano. 

"Um almanaque amarelado achado junto ao cadáver também parou nessa data, a mesma em que havia deixado de pagar o condomínio. Nada disso despertou suspeitas entre os vizinhos. Não era o primeiro inquilino que o fazia, em um edifício de escassa vida social", conta o diário.

Apartamentos vazios

Na Calle de Los Templarios, número 1, muitas famílias vivem ocupando apartamentos vazios. Segundo o jornal El País, vários apartamentos do edifício pertencem a bancos, que despejaram antigos proprietários inadimplentes. 

Mas esse não era o caso de Ángel, que trabalhou como soldador e mecânico industrial e pagava aluguel. Mesmo morto, ele recebia do governo aposentadoria por invalidez e mantinha em dia as contas de água e energia elétrica.

Um policial de Valladolid disse à BBC Brasil que o corpo não aparentava sinais de violência e que a morte dele foi considerada natural.

Para o policial, o que mais impressiona nesse caso é que nenhum vizinho ou amigo sentiu a falta de Ángel – nem o cheiro do corpo em decomposição.

Com o aluguel pago em dia, nem o proprietário do apartamento parecia ter notado seu sumiço.

Quando se separou da mulher, em 1982, Ángel se distanciou da família. "Depois da ruptura, ele se fechou em si mesmo e cortou qualquer contato com seu entorno familiar", conta o El País. 

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