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Europa

Erdogan afirma que golpe é "presente de deus" para limpar o exército

16 jul 2016 - 00h53
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O presidente da Turquia, o islamita Recep Tayyip Erdogan, qualificou neste sábado a tentativa de golpe de Estado em seu país como um presente de deus que permitirá limpar o Exército.

"Este levante, este movimento é um grande presente de deus para nós. Porque o Exército será limpo", afirmou o presidente em entrevista coletiva logo após aterrissar em Istambul, assegurando que os golpistas pagarão caro por sua "traição".

Em seu discurso, realizado no Aeroporto de Istambul, Erdogan acusou os líderes do golpe militar de levantar-se contra um governo que "chegou ao poder com o voto do povo".

"Isto é traição. Pagarão um preço muito alto", ameaçou o presidente turco.

Erdogan afirmou que os militares "não podem aceitar" seu triunfo na urnas.

O atual presidente assumiu o cargo em 2014 com o 51,8% dos votos. Antes de isso, governou como primeiro-ministro desde 2003 com sucessivas maiorias absolutas de seu partido, o islamita AKP.

O presidente Erdogan negou que os líderes do golpe conseguiram conquistar o controle do país e disse que afirmou que poucos militares participaram da tentativa de golpe.

"Nunca vamos ceder nosso país aos ocupantes. O final disso tudo será bom", prometeu.

Erdogan pediu para os militares "serem respeitosos com os valores desta nação" e afirmou que há membros do Exército recebendo "ordens da Pensilvânia", em referência à residência no exílio de Fethullah Gülen, um pregador islâmico influente e ex-aliado do AKP.

O presidente turco disse que a tentativa golpista é uma prova certa que as acusações de terrorismo que vem fazendo contra a influente confraria dirigida por Gülen, com muitos seguidores nas forças de segurança e no sistema judiciário turco.

O presidente se referiu aos soldados como seus "filhos" e pediu que eles não voltem suas armas contra seus pais.

"Se você virar armas contra quem lhes deu, vai pagar um preço alto", advertiu.

Erdogan explicou que as prisões de altos oficiais militares envolvidos no golpe começará agora e que o Exército será limpo.

EFE   
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